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Pelé lembrou conselho do pai para deixar seleção no auge

Thiago Wagner
Thiago Wagner
Publicado em 18/07/2016 às 8:05
Foto: AFP
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Foto: AFP Rei do futebol deixava a seleção há 45 anos. Foto: AFP

Não há dúvidas que Pelé foi o maior de todos os jogadores de futebol, talvez só na Argentina alguém questione isso. As três Copas conquistadas, sendo as de 58 e 70 como protagonista, e os mais de mil gols marcados já colocariam facilmente o Rei como o principal atleta que vestiu a camisa canarinha, mesmo que a sua passagem no fim da seleção fosse apagada. Só que Pelé não quis arriscar essa mancha com a camisa da seleção. Quis acabar no auge e com os clamores da torcida, que pediu para ele ficar. De certo modo, seguiu o conselho do pai, Dondinho, e parou com a seleção, há exatos 45 anos, em um 18 de julho, no Maracanã.

"Dondinho, meu pai, sempre me disse que não se deve parar quando as pessoas dizem que você deve parar. Deve parar quando estiver no auge, pois é assim que será lembrado. Não é prazeroso assistir ao seu próprio declínio", disse Pelé no livro "Pelé: Minhas vida em imagens".

A despedida da seleção foi feita em dois jogos. O primeiro, disputado no dia 11 de julho de 1971, no Morumbi, em São Paulo, foi contra a Áustria e acabou sendo o jogo em que Pelé marcou pela última vez vestindo a camisa do Brasil. Já o segundo foi no Maracanã, no Rio de Janeiro, diante da extinta Iugoslávia. O palco não poderia ser outro senão o do gol mil. O Rei jogou 45 minutos, mas não marcou. Substituído no intervalo, Pelé ouviu os mais de 180 mil presentes nas arquibancadas gritarem "Fica!! Fica!!". Os súditos tiveram o pedido negado. O maior de todos realmente havia deixado a seleção.

"A partida não foi boa, terminando 2 a 2, mas jamais poderei esquecer o adeus tão carinhoso que recebi daquela multidão. Tinha dificuldade para me concentrar na partida, na qual eu atuaria nos 45 minutos iniciais. Quando o jogo terminou, o estádio inteiro gritou 'Fica! Fica!'. dei uma volta pelo campo, cercado de crianças, com a multidão a implorar para que eu não fosse embora. Minha camisa, com aquele verde e amarelo abençoado, estava em minhas mãos, mas não fui suficiente para enxugar minhas lágrimas", declarou Pelé.

O clamor depois virou cobrança. Muitos questionaram porque Pelé deixou a seleção justamente no auge, quando ainda poderia ajudar a seleção. A situação ficou pior depois depois da derrota na Copa de 1974. O Rei, contudo, não se abateu. "É sempre assim. É difícil contentar a todos."

Apesar da discordância com a torcida, Pelé atingiu o seu objetivo: saiu no auge, sendo lembrado apenas pelos seus feitos com a seleção. Isso faz o Rei ainda ser um dos principais personagens do imaginário dos brasileiros que amam futebol. Tanto que Pelé foi alvo de ação publicitária quando completou 70 anos. Na iniciativa, voltou a vestir a camisa do Brasil para marcar o que muitos queriam que ele fizesse de fato: que o último gol dele fosse com a Canarinha. Confira abaixo:

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