Blog do Torcedor - Campeonato Paulista, Carioca, Copa do Nordeste, Libertadores e Champions League ao vivo, com notícias de Flamengo, Palmeiras, PSG e outros clubes
Torcedor

Notícias de Flamengo, Palmeiras, Corinthians, PSG, Real Madrid e outros clubes ao vivo. Acompanhe aqui o Campeonato Paulista, Carioca, Libertadores e a Champions League

Opinião: A lição do "maestro" Tabárez no aprendiz Dunga

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 26/03/2016 às 0:45
Tabárez ainda cauteloso quanto a volta do futebol para seleções sul-americanas. Foto: André Nery/JC Imagem
Tabárez ainda cauteloso quanto a volta do futebol para seleções sul-americanas. Foto: André Nery/JC Imagem

Foto: André Nery/JC Imagem Foto: André Nery/JC Imagem

Álvaro Filho, editor do Blog do Torcedor

Twitter: @alvarofilho

Em uma frase, o que aconteceu na Arena Pernambuco: o Uruguai tem técnico e o Brasil, não.

Vou mais longe, o Uruguai tem uma organização de futebol mais inteligente que a do Brasil, que permite que um técnico permaneça uma década no cargo. Dez anos ininterruptos.

Quem se der o trabalho, pode ir contar quantos treinadores passaram pela Seleção na última década.

Assistir à coletiva de imprensa do Uruguai é uma experiência didática. Sem exceção, os periodistas uruguaios ao se referirem ao treinador  Óscar Tabárez sempre começam a pergunta com "maestro".

Mais do que uma cortesia ou reverência, um reconhecimento.

Diferente do português, maestro em espanhol não é quem rege uma orquestra - que poderia também muito bem servir como exemplo - e sim, quem ensina, o bom e velho professor.

O que ele fez com Dunga na Arena Pernambuco foi exatamente isso, dar uma lição.

Tabárez foi surpreendido no início do jogo. Sem a defesa titular, viu a zaga perdida com a ausência de um camisa 9 no lado do Brasil. E não se engane, o atacante de referência não é o ponto referencial apenas do time que ataca, mas também do que defende.

Mas lá do fundo do banco de reservas, o treinador uruguaio leu o jogo e mudou a história da partida. Mexeu no time sem mudar as peças e, quando fez as substituições, acertou mais ainda. Pior para nós, o experiente maestro sabe o valor do psicológico. E fez uso disso.

E foi nítido que o Brasil sucumbiu não só por desnutrição tática, mas por debilidade emocional.

Com os movimento limitados por problemas motores, o quase septuagenário Tabárez mal consegue ficar de pé sem o uso de um bastão de esqui num arremedo de bengala. Poderia muito bem ser descartado pela Associação Uruguaia de Futebol, a CBF deles.

Mas não. Os uruguaios de alguma forma valorizam a experiência. Foi assim com o genial José Mujica na presidência do país, um ancião tomando atitudes que muitos políticos décadas mais jovens não têm a coragem de tomar. E é assim com o "maestro" Óscar Tabárez.

Enquanto isso, Dunga fica de pé, ora como uma estátua, ora gesticulando como um malabarista de sinal de trânsito. Coitado. Acha que vai resolver alguma coisa com os músculos.

Melhor seria ter aproveitado a chance aqui na Arena Pernambuco para olhar de lado.

Reconhecer que nesse ramo ainda não passa de uma aprendiz e aprender com o "maestro" que mais do que músculos, o que um técnico tem que ter é algo dentro da cabeça.

LEIA MAIS:

> Brasil paga caro por não matar o jogo e fica no empate

VEJA MAIS CONTEÚDO

Últimas notícias