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Árbitras dão cartão vermelho para o machismo no futebol

Thiago Wagner
Thiago Wagner
Publicado em 08/03/2016 às 11:58
Árbitras dão cartão vermelho para o machismo no futebol
Árbitras dão cartão vermelho para o machismo no futebol

arbitras-770 Ana Karina, Karla Santana, Deborah Cecília e Fernanda Colombo fazem parte do quatro de arbitragem da FPF. Foto: Divulgação/FPF

Elas não marcam gols nem levantam taças, mas também podem ser consideradas vitoriosas no esporte. Ana Karina, Deborah Cecília, Fernanda Colombo e Karla Santana nunca irão fazer a torcida ir ao delírio com belas jogadas, mas conseguiram o que pode ser um drible muito importante: encarar de frente o machismo no futebol. Ainda mais com a profissão que escolheram para exercer, a de árbitras, considerada difícil de exercer por si só. Mas mesmo com o obstáculo do preconceito, as quatro fazem pouco das dificuldades, dão cartão vermelho para o machismo, e provam a cada dia que mulher pode, e deve, comandar uma partida de futebol.

Dentro do quarteto, histórias de vida diferentes, evidentemente. Colombo, por exemplo veio para Pernambuco somente no ano passado, após ser contratada pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF), enquanto que Ana Karina já trabalha no futebol local faz um certo tempo. No entanto, as quatro possuem em comum o amor pelo futebol. Isso foi o que as levou para arbitragem. "Sou apaixonada por futebol desde a minha infância e me tornar árbitra seria uma forma de estar inserida em um ambiente que me faz bem e me deixa feliz", explica Karla Santana.

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Mas o amor não foi o único elemento para se inserir no meio do futebol. Observadas com preconceito, principalmente no início de carreira, as quatro árbitras tiveram que mostrar muita dedicação para serem respeitadas. Mais do que um árbitro comum normalmente. Por isso cada jogo é uma vitória. "Cada vez mais temos que demonstrar para que viemos. Isso através de muita dedicação e um bom trabalho nos jogos", diz Fernanda Colombo.

Fernanda Colombo sofreu diretamente com o machismo. Foto: Guga Matos/JC Imagem Fernanda Colombo sofreu diretamente com o machismo. Foto: Guga Matos/JC Imagem

Colombo, por sinal, sofreu mais diretamente com o machismo no futebol. Ao cometer um erro no clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, foi alvo de críticas do dirigente da Raposa. Na ocasião, o diretor disse que ela era bonita demais e que deveria posar nua. A árbitra, que já afirmou ter perdoado a crítica, lembra que só fez ignorar as ofensas e que seguiu em frente com o trabalho. "Nossa capacidade é muito maior do que imaginamos".

Além da dedicação, as árbitras do quadro pernambucano também contam com o desenvolvimento do futebol feminino como suporte. Ana Karina, por exemplo, já esteve dois Mundiais da categoria - sub-17 e sub-20. Esse desenvolvimento é importante para maior reconhecimento da arbitragem das mulheres. "O futebol feminino está crescendo muito em nível nacional e mundial. Existem mais torneios e campeonatos. É um sinal de que está crescendo", afirma.

BOM EXEMPLO - Mas a vida das mulheres no futebol nem sempre é cercada pelo machismo. Há bons exemplos nos nossos clubes. É o que conta a nutricionista Rita de Cássia, que já passou pelos três clubes da capital. Atualmente no Náutico, ela diz que sempre foi tratada com respeito e que recebe constante apoio das comissões técnicas. "Sempre contei com respeito muito grande nos três clubes. No Santa Cruz era um pouco inexperiente e senti um pouco de dificuldades pelo início de carreira. Mas me sinto em uma grande família. Sempre nos ajudamos. Mesmo eu sendo um das poucas mulheres, não sinto problemas", diz.

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