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Estante F.C. - Ronda Rousey, casca-grossa na essência

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 28/02/2016 às 9:01
Ronda Rousey FOTO:

Estante F.C.

Toda semana, um dos repórteres de Esportes do Blog do Torcedor, do Jornal do Commercio, da TV Jornal e da Rádio Jornal vai escrever sobre o último livro que leu ou ainda está lendo, envolvendo temas esportivos. Nesta semana, Alexandre Arditti comenta a biografia da lutadora de MMA norte-americana Ronda Rousey.

 

Ronda Rousey

A explosão do MMA no Brasil a partir de 2011 veio acompanhada do crescimento da oferta de livros sobre o tema. A maioria é de autobiografias. Histórias de cascas-grossas como Anderson Silva, Vitor Belfort, Rodrigo Minoutauro... estão minuciosamente detalhadas em páginas que expiram motivação e superação. Mas nenhuma dessas obras é tão polêmica, tão transparente e, ao mesmo tempo, tão apaixonante como a da norte-americana Ronda Rousey, a ex-campeã peso galo do UFC. Na obra intitulada “Minha luta sua luta”, a lutadora narra em detalhe fatos marcantes de sua carreira como atleta (dos tatames de judô ao octógono) e também de sua vida pessoal.

Ronda escancara suas fragilidades emocionais e assim mostra que é “de carne e osso”, se aproximando de uma maneira envolvente do leitor. Ela mete o dedo nas feridas e não deixa nada de fora. Fala das dificuldades que enfrentou na infância para conseguir falar, do suicídio do pai, do vício em drogas e álcool depois da conquista da medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, das dificuldades financeiras que convivia até virar uma estrela do UFC, da baixa autoestima, dos insucessos em relacionamentos amorosos... Histórias que surpreendem os fãs que estão acostumados apenas a ver Ronda com uma postura prepotente dentro do octógono ou nos eventos oficiais do UFC.

Diferentemente dos livros de lutadores brasileiros, Ronda não romantiza vitórias e nem derrotas. Trata tudo como uma consequência de sua preparação. Não procura culpados para os seus fracassos assim como não exalta em excesso seus triunfos. Faz duras críticas ao modelo esportivo norte-americano. Mostra por “A + B” como os Estados Unidos, uma potência olímpica, trata com desdém o judô do país. A modalidade é uma mera coadjuvante na Terra do Tio Sam. Cenário que não mudou para ela nem mesmo com a conquista do bronze em Pequim. Principal responsável para os holofotes terem se voltando para o MMA feminino a partir de 2013, a lutadora revela o preconceito que enfrentou dentro de casa e em seus círculos de amizade quando decidiu migrar para o octógono.

Para escrever o livro de 328 páginas, Ronda contou com a ajuda de sua irmã e jornalista, Maria Burnz Ortiz. Todos os relatos são feitos em primeira pessoa, o que dá uma maior “intimidade” entre os leitores e a lutadora. Para quem curte o MMA, trata-se de uma ótima leitura.

No trecho abaixo, a lutadora relata a surra que deu no namorado após saber que ele guardava fotos dela nua no celular:

Depois que descobri que ele tinha fotos minhas, apaguei tudo do computador e do celular dele. Tudo o que podia e esperei o "fotógrafo" nojento voltar do trabalho. Já estava estalando meus dedos e cerrando meus dentes. Quase 45 minutos depois, ele chegou, viu a minha cara e simplesmente congelou. Eu não precisei dizer nada e ele já começou a chorar. Eu bati na cara dele com tanta força que machuquei a minha mão. Contei que tinha encontrado as fotos em que eu estava nua e que ele nunca mais veria a minha cara. Ele disse que eu não iria a lugar algum e ficou na minha passagem, na frente da porta. Ele disse que eu precisava ouví-lo. O acertei com um direto de direita e um gancho de esquerda, ele caiu contra a porta. Acertei uma direita, o puxei pelo capuz do casaco que ele usava e dei uma joelhada em sua cara. Ele caiu na cozinha . Depois disso eu saí do apartamento e ele me seguiu, pedindo que eu o ouvisse. Ele entrou no meu carro e ainda segurou no volante. Dei a volta, o peguei pelo capuz , o arrastei até a calçada e o deixei lá, se contorcendo, e fui embora dali.

Ronda Rousey

 

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