Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
O vice de Futebol do Sport, Arnaldo Barros, foi aos microfones para dizer que não emprestaria o meia Régis ao Santa Cruz ou a seu ninguém, pois o meia era um "patrimônio" do clube.
Faz até sentido, pois o Sport investiu uma pequena fortuna para os parcos padrões nordestinos pelo jogador, e isso faz dele um patrimônio, sim. Mas um patrimônio que vem sendo mal preservado.
Régis é mais uma das vítimas da obsessão do técnico Eduardo Baptista pela marcação.
A capacidade de marcar é um verdadeiro fetiche para o treinador rubro-negro. E não apenas na hora de escalar zagueiros, laterais e volantes, posições onde naturalmente a marcação é parte integrante da função.
Porém, na visão de Eduardo Baptista meias e atacantes só servem se, antes de armarem ou balançarem as redes, forem bons marcadores.
Exigir que os homens do "meio para frente" marquem é coerente e o que se chama de "futebol moderno" pede isso. Mas é um visível exagero escalar jogadores que deveriam ser elegidos por outras qualidades, primeiro, porque são bons marcadores.
Régis é um bom meio-campista e sempre que entra "na dele", como contra o Santos aqui pela Copa do Brasil ou no massacre frente ao Inter/RS, para não puxar tanto pela velha memória, ele correspondeu. Fez gols e deu assistências. Ou seja, foi um autêntico meia e fez o que se espera de um jogador da posição.
Só que para o técnico, não interessa se ele bota o pé na bola para balançar a rede ou deixar os companheiros na cara do gol. Pé na bola, no dicionário de Eduardo Baptista, só é bom numa travada.
E com isso, o "patrimônio" do Sport jaz no banco de reservas como derradeira das opções, punido não porque não seja um bom meia, mas por não ser, antes de tudo, um bom zagueiro.