Blog do Torcedor - Campeonato Paulista, Carioca, Copa do Nordeste, Libertadores e Champions League ao vivo, com notícias de Flamengo, Palmeiras, PSG e outros clubes
Torcedor

Notícias de Flamengo, Palmeiras, Corinthians, PSG, Real Madrid e outros clubes ao vivo. Acompanhe aqui o Campeonato Paulista, Carioca, Libertadores e a Champions League

Tranquilidade não veio fácil para o técnico Ricardinho

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 03/05/2015 às 18:10

Ricardinho na dúvida entre um ou dois atacantes na final Ricardinho festeja seu primeiro grande título como técnico

Por Thiago Wagner

Pentacampeão mundial, tricampeão brasileiro, um título do mundial de clubes e considerado um dos maiores jogadores brasileiros da última década. O currículo de atleta de Ricardinho falava por si só. Isso pesou sem dúvidas na hora do Santa Cruz escolher o técnico para a temporada 2015. Não que a carreira vitoriosa do ex-meia fosse uma certeza de sucesso como treinador, mas a experiência vasta como jogador dava a bagagem que os corais precisam para reencontrar as vitórias depois de um ano de centenário considerado ruim para a torcida coral. Acabou que deu certo com a conquista do título do Pernambucano em cima do Salgueiro.

A contratação de Ricardinho foi tratada como de grande impacto pelo Santa Cruz. O presidente Alírio Morais foi quem anunciou a contratação dele. Ainda assim, apesar da confiança da diretoria, foi considerado uma aposta pela pouca experiência como técnico - comandou apenas Ceará, Avaí e Paraná, sem conseguir títulos. Uma aposta que acabou agradando a todos. O Tricolor conseguiu um técnico de confiança empolgado em mostrar serviço, enquanto que Ricardinho achou um clube disposto a lhe dar a oportunidade para finalmente conseguir  uma conquista. O casamento foi ideal.

Mas essa relação nem sempre foi das melhores. Em vários momentos da temporada, a confiança da diretoria sobre o trabalho de Ricardinho teve que ser testada. Logo nos primeiros jogos, o Santa Cruz perdeu para Sport e Serra Talhada e gerou a revolta da torcida. Um dos alvos logicamente foi Ricardinho. Por mais que fossem apenas duas partidas, o torcedor não quis saber de poupar o comandante coral. Ricardinho foi contestado e teve até a sua cabeça pedida já no começo do campeonato. Sorte dele que a diretoria não deu ouvidos e não só segurou o treinador como transmitiu confiança para ele.

Como se não bastasse o mau início, Ricardinho teve que administrar a formação da equipe durante a competição. Sem uma base, o treinador foi testando as peças no decorrer do campeonato. Enfrentou obstáculos em muitos momentos, como as contusões, por exemplo. Mas também conseguiu aos poucos montar a espinha do que viria a ser o time campeão pernambucano. Nesse aspecto vale ressaltar que ele teve bastante tempo para treinamento já que o Santa Cruz apenas disputou o Pernambucano. Ou seja, o treinador soube aproveitar bem o tempo livre de treinos para evoluir a equipe.

A tranquilidade, porém, não veio tão fácil. O ponto alto das cobranças sobre Ricardinho veio depois da derrota para o Salgueiro, em pleno Arruda. Muitos queriam a cabeça do pentacampeão, mas a diretoria mais uma vez segurou e demonstrou confiança no trabalho. Coincidência ou não, foi justamente ali, e contra o adversário da final do Estadual, que o Tricolor deu a guinada na competição. Foram oito jogos depois da derrota para o Carcará no Arruda com cinco vitórias, dois empates e apenas uma derrota, novamente para o Salgueiro.

Com a calma que somente as vitórias trazem, Ricardinho fez o Santa Cruz crescer ainda mais. O grande mérito dele para isso foi não ter inventado na hora de escalar o time. Apostou em que vinha minimamente em forma, tendo nome ou não. Um exemplo claro foi a escolha de Fred para o gol no lugar de Bruno. Além disso, deu "sorte" com a chegada de Tiago Costa, que equilibrou a defesa coral.

Como bom ex-meia, o técnico armou um meio de campo em que o toque de bola era essencial. Preferiu até abrir mão de um pouco mais de agressividade para ocupar melhor o setor. Deu certo principalmente porque as peças assimilaram o discurso do comandante. O Santa Cruz sem dúvidas não era o melhor time individualmente falando, mas foi o que fez com que os jogadores aparecessem mais por conta do bom momento coletivo. Betinho foi quem melhor aproveitou isso. Contestado pela torcida, ganhou moral com o treinador e aproveitou bem o bom momento coletivo da equipe. Mérito total para Ricardinho nisso.

Com a taça do Pernambucano em mãos, o pentacampeão foca agora a Série B. A luta será pelo acesso. A tarefa não é das mais fáceis. Mas alguém como Ricardinho não parece temer esse tipo de desafio.

VEJA MAIS CONTEÚDO

Últimas notícias