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Análise: O CT é que tem o que cobrar ao Conselho

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 15/04/2015 às 19:57

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O celular tocou, coitado, ensandecidamente após a publicação da análise sobre o veto ao repasse de verbas do Conselho Deliberativo do Náutico para o Centro de Treinamento.

Entre os telefonemas, os presidentes do Náutico e do Conselho, como era de se esperar.

Gustavo Ventura pegou em bomba com a licença de Glauber, ele sabe disso, mas é um homem calmo, assim como também o é Eduardo Turton.

Ventura disse que o estatuto do CT não restringe o uso do mesmo ao futebol, pelo contrário, é bem genérico e diz que a área é destinada a práticas esportivas, sem especificar. Lamentou ainda que a corda novamente vai arrebentar do lado mais fraco, o dos funcionários e os meninos da base.

Por fim, foi bem claro ao dizer que não é a intenção do Executivo em utilizar o CT para outras modalidades mas, se fosse, lembrou que pelo estatuto, quem gere o CT é o Executivo.

A conversa com ele foi breve.

Ao contrário do papo com Eduardo Turton, que tinha uma lista enorme de queixas, incluindo o título do post "O Conselho do Náutico torce por outro time", o qual fez questão de dizer o óbvio: os conselheiros torcem pelo Náutico.

Isso a gente concorda.

Turton disse que o veto é um "freio de arrumação" no CT, que será vistoriado por uma comitiva formada por conselheiros. Entre as queixas da casa estão a falta da publicação do balanço, que tem que ser feita de quatro em quatro meses.

Os balanços referentes a 2014 foram entregues na última segunda-feira e não tiveram tempo de ser analisados. Está errada a administração do CT, o que é certo é certo.

Eu questionei se os conselheiros suspeitavam que o dinheiro repassado estava sendo desviado das finalidades. Ele respondeu que não.

O que pegou mesmo, pelo que senti na conversa, foi o fato de outras modalidades estarem utilizando o CT, o que segundo os conselheiros tira o foco da base. Eu perguntei se eles acham que a base alvirrubra não vem cumprindo o seu papel. Ele respondeu que não, não acha.

Se os conselheiros acham que a verba repassada não está sendo extraviada e o trabalho da base é dentro do esperado, então por que suspender o repasse?

O presidente do Conselho disse que o dinheiro é dos conselheiros e eles é que decidem para onde a quantia é destinada. E que os mesmos não acham adequado ter outras modalidades no CT, mesmo que isso não se configure que o Executivo esteja fazendo algo ilegal.

Ou seja, não querem por que não querem, invocaram com a história. E pronto.

Ok, entendi, recado dado, mas continuo discordando.

O CT do Náutico tem 49 hectares, é maior que o Vaticano, tem espaço para o futebol, o futebol americano o beisebol, uma pista de Fórmula-1 e ainda sobra um latifúndio.

Também não acho que mesmo se outras modalidades, uma vez na vida e outra na morte, treinassem lá iria tirar o foco da base. O que pode tirar o foco da base, vamos combinar, é o corte das verbas.

E não tem essa história de o "dinheiro é dos conselheiros". O dinheiro é do Náutico. Não é uma doação, não é favor, o conselheiro paga uma taxa mensal que deve se destinada ao clube, se não for no CT vai ser em outro lugar.

É bom lembrar que o Conselho é que tem um débito com o CT. Afinal, por um bom tempo essa mesma verba deixou de ser destinada, o que levou inclusive ao afastamento do presidente. Estima-se que deixaram de ser investidos cerca de R$ 200 mil na base.

Se os conselheiros tivessem realmente preocupados com o CT e a base, poderiam começar quitando o débito, dinheiro que seria muito bem-vindo, aposto, os meninos da base,  o futuro do Náutico agradeceria.

Fica a dica.

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