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Retrô: relembre o Santa Cruz em 2010 antes e depois da Copa do Mundo

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 20/06/2014 às 17:07

Após um incrível recorde no futebol brasileiro, ao ser rebaixado da Série A à Série D, em três anos, de forma consecutiva, o Santa Cruz entrou em 2010, ano do Mundial na África do Sul, na expectativa de se reerguer e voltar a ter os dias de glórias que haviam ficado no ano de 2005 quando retornou à elite do brasileirão.

Ainda com o presidente Fernando Bezerra Coelho, que assumiu o clube prometendo um forte investimento em vários setores do clube, o time se reforçou mesclando jogadores com experiência pelo país e exterior; outros com bagagem em Pernambuco e as jovens promessas da base. Juntando toda a temporada, os mais experientes eram: Alex Oliveira (ex-Vasco, Atlético-PR, Atlético-MG, Palmeiras e Fluminense), Jackson (ex-meia do Sport, Palmeiras e Coritiba), Gaúcho (atacante que passou pelo Sport em 1996 mas que fez a sua carreira em Portugal), Jadilson (ex-Atlético-PR e Sport) e Sandro Barbosa (ex-zagueiro e atual gerente de futebol do clube); já a turma dos rodados em Pernambuco tinha como referência - Marcos Mendes (volante) e Joélson (atualmente no Porto-PE).

No lado das jovens promessas, bons nomes, mas nenhum rendeu o esperado e até hoje ainda não vingou na carreira. Victor Hugo, Thiago Laranjeira, Thiago Almeida, Elvis, Léo Bartholo e Miller faziam parte daquele grupo e integram os jogadores que nunca corresponderam as expectativas sobre o seu futebol. Mas também havia a turma da base que conseguiu superar as dificuldades e hoje está bem no futebol. Everton Sena, Dedé, Renatinho, Natan (convivendo com lesões até hoje) e Gilberto (atualmente no Canadá).

Osmar, Alexandre Oliveira e Sidraílson também chegaram para dar experiência ao elenco. 2010 foi o ano também da aparição do quase ídolo 'Brasão'. Jogador folclórico, com pouca técnica mais muita vontade e determinação em campo. Corria muito, marcava de mais, fazia gols e provocava os adversários. Esse era o jogador que o Santa e a torcida desejava há tempo.

O melhor momento de Brasão foi na vitória épica sobre o Botafogo em pleno Engenhão, pela Copa do Brasil. Exatamente em pleno dia da mentira, o Tricolor consegue um resultado totalmente inesperado. Depois de perder por 1x0 no Arruda (gol de Herrera para o Botafogo-RJ), O Santa precisava bater os alvinegros por dois gols de diferença, ou por um desde que a partir de 2x1,3x2,4x3 e assim por diante.

Mas seria possível um time da quarta divisão vencer outro da primeira? Claro que sim, afinal, quem tinha Brasão no ataque não poderia temer os adversários. Um jogo dramático, com gol da vitória aos 44 minutos do segundo tempo, que levou a massa coral ao delírio no Rio de Janeiro.

O Santa foi para o jogo com a seguinte escalação: Tutti; Wellington, Alysson, Luiz Eduardo e Edson Miolo (Marcos Mendes); Goiano (Souza), Léo, Dedé Elvis; Joélson e Brasão. Técnico: Dado Cavalcanti. Os outros gols foram marcados por Brasão e Léo. As próximas batalhas seriam diante do Náutico pelas sêmis do Pernambucano.

Mais um adversário duro para o Tricolor e o ídolo Brasão, que ficaria frente a frente com Carlinhos Bala, o 'rei de Pernambuco'. Bala não queria de forma alguma perder a majestade no Estado, ainda mais para um inimigo que estava a poucos meses de estadia no pedaço. Após um 0x0 no Arruda, o Náutico venceu por 1x0, com gol de quem?? Carlinhos Bala, e da forma mais ineseperada. O baixinho testou firme para as redes de Tutti aproveitando o cruzamento de Zé Carlos.

Final de jogo nos Aflitos, vitória alvirrubra e a majestade de Bala seguia prevalecendo em Pernambuco. Com a eliminação o Santa ficou cerca de três meses sem entrar em campo aguardando o início da Série D e a Copa do Mundo na África não influenciou muito no planejamento para a quarta divisão já que deu o pontapé inicial apenas após o término do Mundial, vencido pela Espanha numa final épica contra a Holanda.

Passaram-se as festas espanholas ao redor do mundo e o Santa precisava de foco total para começar bem a Série D. A bola começou a rolar e as 40 equipes postulantes entraram forte na disputa por quatro vagas na Série C do ano seguinte. Irregular desde a fase de grupos, o Santa dava a entender que não iria muito longe e que mesmo com uma equipe experiente e com jogadores acostumados a jogar torneios de níveis mais elevados não convenceu a ninguém que poderia ser o 'bicho papão' do campeonato.

Logo na estreia contra o CSA-AL em pleno Arruda uma derrota por 1x0 com gol de Everlan aos 41 do segundo tempo. O técnico Dado Cavalcante disse após o jogo que o time não poderia entrar em desespero por causa da derrota e que a recuperação poderia vir contra o Potiguar fora de casa. Mas, na segunda-feira pós derrota para os alagoanos, Dado se reuniu com o diretor de futebol Raimundo Queiroz e pediu o desligamento do clube.

Para o seu lugar foi contratado Givanildo Oliveira, ídolo da torcida e chamado de 'rei do acesso'. Logo na primeira partida à frente do time uma vitória apertada sobre o Potiguar em Natal, 1x0, gol de Brasão. Mas então vieram dois jogos contra o Confiança e dois empates conquistados, resultados que complicaram o time na tabela. Com quatro jogos o CSA era o líder absoluto com quatro vitórias, invicto até então. O Confiança e o Santa estavam empatados na segunda posição com cinco pontos.

Os dois últimos jogos decidiriam a vida de ambos no Grupo D. Duas vitórias sobre Potiguar e o CSA, esta fora de casa, quebrando a invecibilidade dos alagoanos, deram a vaga aos corais pernambucanos que ficaram ainda mais perto da terceira divisão. Na primeira fase de mata-mata veio o Guarany de Sobral, futuro algoz tricolor naquela edição da quarta divisão. E

m um jogo dramático no Arruda, diante de mais de 50 mil tricolores, o Santa venceu na raça, foi até a última gota de suor para vencer os cearenses depois de sair perdendo por 2x0. Leandro Cardoso marcou duas vezes no primeiro tempo e abriu uma ótima vantagem para os visitantes.

Empurrado pela torcida o Santa Cruz foi ao limite físico e psicológico para igualar e virar o jogo. Começou com Joelson, depois mais dois de Alysson, que decretou a virada, e no final do jogo Jackson marcou o quarto gol dando a vitória ao Santa Cruz. A vitória foi importante, mas pelo regulamento que privilegiava os gols fora de casa, essa vitória coral poderia ser trocada por um empate sem gols que daria no mesmo.

Com 4x3 ou 0x0 bastava ao Guarany vencer pelo placar mínimo. A torcida não deixou de acreditar e manteve-se esperançosa de que a sua equipe pudesse eliminar o time de Sobral para seguir a sua jornada na tentativa de sair da quarta divisão. Mas o calor escaldante de Sobral derreteu as esperanças dos tricolores que após o apito final, lamentaram profundamente a derrota e ter que jogar mais uma vez a Série D. Danilo Pitbul e Léo Olinda marcaram os gols da vitória rubro negra e consequentemente eliminação tricolor.

Foi um ano difícil, sem títulos, glórias e motivos para empolgar o torcedor. Certamente o ano de 2010, da Copa do Mundo da África do Sul vencida pela Espanha, foi para não ficar na memória dos tricolores.

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