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Um ano depois de ser baleado, Lucas Lyra celebra a vida e a família

Thiago Wagner
Thiago Wagner
Publicado em 15/02/2014 às 14:02

Família sempre acreditou na recuperação do jovem de 20 anos. Foto: Fábio Jardelino/NE10 Família sempre acreditou na recuperação do jovem de 20 anos. Foto: Fábio Jardelino/NE10

Há um ano, a vida do jovem Lucas Lyra, 20 anos, foi definida da seguinte maneira: 1%. Essas eram as chances que o torcedor do Náutico tinha de sobrevivência após ser baleado na cabeça durante a partida do Timbu contra o Central, no dia 16 de fevereiro do ano passado, nos Aflitos. Lucas ficou ao lado da morte em muitos momentos - os próprios médicos davam esse prognóstico pessimista. Ele, porém, lutou contra essas previsões e demonstrou que milagres são possíveis. Mesmo sem estar acordado em muitos momentos, Lucas marcou um belo gol pela vida. Sobreviveu e agora comemora com a sua arquibancada, que nunca o abandonou - nem mesmo nas horas mais difíceis: a família. O dia 16 de fevereiro não é lembrado mais como uma data triste. É o segundo aniversário dele.

A melhora de Lucas, todavia, não foi fácil. Foi dolorida principalmente no início, quando ele ainda estava em estado de coma. Diversas infecções colocaram a vida dele em risco em muitos casos. Tanto que os médicos deram apenas 1% de chances. Apesar dessa porcentagem indicar desesperança, os familiares não deixaram de acreditar. "O 1% foi da medicina e os outros 99% vieram de Deus. O milagre aconteceu", disse a mãe de Lucas, Cristina Lyra, que não deixou o filho sozinho uma única vez desde que ele foi hospitalizado. "São dez meses que não vou para casa. Sempre durmo com ele", conta.

Irmã de Lucas que vê-lo de volta no maracatu. Fotos: Edmar Melo/JC Imagem Irmã de Lucas que vê-lo de volta ao maracatu. Foto: Edmar Melo/JC Imagem

Felizmente, a fé de Cristina foi recompensada. Ele não só sobreviveu como surpreendeu os médicos na recuperação. Voltou a falar em novembro - as primeiras palavras foram 'mãezona' e hoje já tem parte dos movimentos dos braços e das pernas. A bala continua na cabeça, mas isso não impede que ele faça planos para quando sair do Hospital Português, onde está na ala de clínica médica após obter alta neurológica, na semana passada. "Quero dar um abraço nas pessoas que me amam", diz ele soltando carinhos para a mãe e para a irmã.

O abraço é só o primeiro passo de Lucas - que em julho recebeu aposentadoria por invalidez. Ele pensa em voltar a fazer as atividades que praticava antes do acidente. "Quero fazer parkour e andar de skate". Ele também tocava maracatu e é incentivado pela irmã a retomar essa atividade.

E o futebol? Bem, apesar de ter sofrido com a violência no futebol, Lucas não esquece a paixão pelo Náutico. No quarto do 11º andar do hospital, há uma flâmula do Timbu e livros do clube. Ele também sempre pergunta sobre os resultados alvirrubros e deseja conhecer o técnico Lisca. "Quero dizer a ele que arrume meu Náutico".

Náutico não é esquecido na recuperação. Foto: Edmar Melo/JC Imagem Náutico não é esquecido na recuperação. Foto: Edmar Melo/JC Imagem

Para comemorar a vitória de Lucas Lyra, haverá uma missa neste domingo, no Hospital Português, às 8h50. Será o momento de celebrar não só a vida como também para pedir paz nos estádios. "A realidade tem que mudar", afirma Cristina lembrando que recebeu ajuda de muitas pessoas ligadas ao futebol. "Recordo da caminhada que as três torcidas fizeram juntas. Por um dia foi possível a paz".

16 de fevereiro é agora o segundo aniversário do jovem alvirrubro. Foto: Edmar Melo/JC Imagem 16 de fevereiro é agora o segundo aniversário do jovem alvirrubro. Foto: Edmar Melo/JC Imagem

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