Do Jornal do Commercio
Um esporte praticado com bola de futebol, mas que utiliza duas barras de apenas 1m de altura por 3m de largura e no qual não há saída de bola. Relativamente recente e ainda desconhecido de grande parte do público, o futins juntou uma paixão nacional, o futebol, com a febre dos patins surgida entre jovens e crianças em 1995. A modalidade foi criada pelo servidor público pernambucano Almir Falcão ao observar seus dois filhos brincando. Hoje, o sonho de disputar um Mundial em casa, sai do papel, quando o torneio será aberto às 18h, no Sesc de Santo Amaro, no Recife. A competição vai até o domingo.
"Na época, morávamos em Pau Amarelo e muitas crianças do bairro também andavam de patins, então adaptamos as regras e criamos esse esporte. Dois anos depois conheci o rollersoccer (o irmão gringo do futins) nos Estados Unidos, muito similar ao que a gente jogava e me organizei com eles para criar o primeiro Mundial", comentou Almir, atual presidente da Associação Brasileira de Futins e técnico da seleção.
"Desde 2007, tentava trazer o torneio pra cá. Em 2009, negociamos para o ano seguinte, mas a Itália tinha a preferência. Aí conseguimos o apoio deles, e em 2010 a candidatura do Brasil já estava praticamente fechada para 2011", disse.
Com faixa etária entre 20 e 25 anos, a equipe vai para a sua quarta participação na competição, que está na oitava edição - as outras foram em Paris-2007, Bruxelas-2008 e Piacenza-2010, quando obteve a melhor colocação, o 3º lugar.
Com berço pernambucano, o esporte está se "nacionalizando" com o surgimento de equipes no Rio Grande do Sul, São Paulo e Ceará. Em Pernambuco, são três times: o Recife Clube, o Forte Futins e a equipe de hóquei do Sport, que disputarão o torneio. Com um número maior de praticantes, a intenção inicial do dirigente é criar o Campeonato Estadual e realizar torneios pelo País.
"Nós também estamos montando um projeto de extensão com o objetivo de trazer mais crianças e com isso formar o nosso banco de atletas, pois esse grupo está treinando comigo desde os 8 anos e ainda não temos renovação", comentou Almir.
Além dos times do Estado, o Mundial contará com a participação de um time da França, outro dos Estados Unidos e um misto da Europa. Por falta de apoio, todas as despesas da maioria das equipes do Estado são custeadas pelos próprios atletas.
Este ano, os times anfitriões têm a força do elenco completo e prometem dar trabalho aos adversários.
