Paulo Betti perde cunhado para covid-19 e faz relato emocionado

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Mirella Martins

Publicado em 01/06/2021 às 14:07
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O ator Paulo Betti fez uma declaração para o cunhado, morto aos 88 anos após e Covid-19. Mingo morava em Piracicaba, no interior de São Paulo. "Meu cunhado me apresentou mundos novos, no futebol e na religião. Me ajudou a crescer! Vai ficar para sempre na minha memória com meu agradecimento por ser sempre carinhoso e gentil", escreveu o artista sobre o parente.

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"Meu cunhado Mingo morreu, aos 88 anos. Pneumonia e Covid-19. Ele morava em Piracicaba, junto a esposa, filhos e netos. Eu era menino e Mingo começou a namorar minha irmã Maria, gêmea da Cida. Os pais do Mingo tinham uma loja onde vendiam arreios e selas perto do mercado municipal de Sorocaba. Apareceram os chineses e com eles os pastéis que o Mingo levava na paquera da minha irmã. Eu nunca tinha comido pastel! Minha avó era craque em polenta 'brustulada', mas o Mingo me apresentou aquela delícia", iniciou a homenagem.

Ele também relembrou momentos importantes. "No casamento ele contratou dona Quitéria para fazer os quitutes. Comi tanto pastel que pela primeira vez fiquei 'empachado', a barriga intumescida. Minha mãe tratou com massagens de óleo aquecido misturado ao fubá. Foi assim também quando tive caxumba, o medo era que ela descesse se eu pulasse um córrego. Era assim no nosso pequeno quase Quilombo, na Vila Leão. Mingo foi morar lá, na Rua Guaicurus, perto da minha, que era a Caramurus (acho que por isso gosto tanto dos indígenas)", escreveu.

O ator destacou a personalidade do cunhado. "Era muito alegre aquele lugar com seus tambores e festas. O Mingo trouxe mais alegria. Ele me levava para fora dos limites do bairro. Para assistir os jogos do São Bento, que tinha subido para a divisão especial. Era ele que me levava para o pequeno estádio da Rua dos Morros. Mingo foi seminarista e quando mudou para Piracicaba passou a frequentar a Congregação Cristã do Brasil. Levou também meu pai e minha mãe para cantar os lindos hinos nos cultos, sempre embalados pela banda, que é o grande trunfo dos 'língua de fogo', como são chamados os crentes. Me levou algumas vezes e eu adorava ouvir a música e os testemunhos catárticos. Meu cunhado Mingo me apresentou mundos novos, no futebol e na religião. Me ajudou a crescer! Vai ficar para sempre na minha memória com meu agradecimento por ser sempre carinhoso e gentil. Criou seus filhos Dô, Didi e Titão. Meus sobrinhos queridos. Viveu a vida inteira com minha irmã Maria que hoje ora por seu descanso eterno", finalizou.

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