Casado com Thales Bretas, Paulo Gustavo morreu quando se completam 10 anos do reconhecimento de uniões homoafetivas
A morte de Paulo Gustavo reverbera em todo um País devastado pela pandemia da covid-19. Reverbera nas artes e na indústria do entretenimento e da cultura, onde ele foi artista maiúsculo e realizador de sucesso. E reverbera na comunidade LGBTQIA+, com a qual contribuiu como um ícone - na vida pessoal e no cinema, na relação de sua Dona Hermínia com o filho, Juliano (Rodrigo Pandolfo), em "Minha Mãe É Uma Peça".
Paulo Gustavo, infelizmente, partiu justamente quando se completam dez anos desde a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 5 de maio de 2011, reconhecendo as uniões homoafetivas como núcleos familiares com os mesmos direitos das uniões heterossexuais. A decisão tornou o Brasil o primeiro país do mundo a chancelar a união igualitária na Justiça, que meses depois foi convertida para o casamento.
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Ele mesmo se beneficiou da lei, quando casou com o médico dermatologista Thales Breta, em dezembro de 2015. Do amor, o casal formou a família que sonhou, quando ganharam os filhos, Romeu e Gael, que completam dois anos em agosto.
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"Sua contribuição para a luta por visibilidade e igualdade da comunidade LGBT+ é gigantesca. Não temos dimensão do impacto que é um dos mais conhecidos atores brasileiros colocar a cara no sol, tornar sua família pública com orgulho, não topar um armário por conveniência ou por medo", escreveu o professor de direito, advogado e ativista pelos direitos humanos Renan Quinalha, em postagem no Instagram.
"É de uma coragem extrema. Justamente quando a decisão do STF sobre as uniões homoafetivas completa exatos 10 anos, uma década, perdemos aquele que levantou essa bandeira pro Brasil todo ver e admirar", continuou Quinalha.
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