Eleitor de Bolsonaro, Fagner diz que atuação do presidente é "ridícula" e "inadmissível": "Não acredito no que diz"

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 15/12/2020 às 16:36
Raimundo Fagner - Foto: reprodução
Raimundo Fagner - Foto: reprodução

Raimundo Fagner se mostra decepcionado com Bolsonaro na Presidência da República, após ter votado nele, em 2018. Em entrevista ao O Globo, para divulgar o álbum "Serenatas", que será lançado nesta sexta (18), o cantor e compositor cearense disparou: "A atuação do Bolsonaro é ridícula. Ninguém está precisando ouvir as loucuras que ele fala, mas de paz. Ele tem é que trabalhar pelo Brasil. A maneira como se comporta não é a de um presidente. Quero que governe!".

Na entrevista, Fagner soltou mais críticas: "Não aprovo a maneira como ele [Bolsonaro] conduz o país. Parece que está em surto, um psicólogo podia dar uma força [risos]. Tenho respeito pelo Tarcísio [Gomes de Freitas], ministro da Infraestrutura; para Paulo Guedes, não há como não tirar o chapéu. Mas esse deboche com que Bolsonaro se dirige à nação é inadmissível. Não acredito no que diz. Tenho amigos nessas queimadas pelo Brasil, gente na Defesa Civil de Brumadinho, Mariana... Para quem coloca 'votou em Bolsonaro' no meu Instagram, quero dizer: votei para que tocasse o Brasil, não para falar besteira."

O apoio de Fagner a Bolsonaro nas Eleições 2018 destoou da maioria dos artistas e foi bastante criticado. Ele conta como definiu seu voto e como conheceu o então candidato ao Planalto: "Nas últimas eleições, amigos me estamparam decalques do Haddad e foi uma confusão. Aí fiz um vídeo declarando meu apoio a Bolsonaro. Conheci ele no avião. Se fotografou comigo dizendo que era para a mulher, mas publicou no Instagram. Fiquei meio assim... Ele queria que eu descesse com ele em uma manifestação que o esperava. Falei que estava comprometido com o Ciro Gomes. No dia que Bolsonaro ganhou, eu disse: 'Agora, você é o presidente, tome conta do Brasil'. Nunca mais estive com ele. Cantei o Hino Nacional na posse do [Luiz] Fux [no Supremo Tribunal Federal], e Bolsonaro mal olhou para mim. Estou pouco ligando".

Em junho do ano passado, apenas seis meses após a eleição de Bolsonaro, o cantor e compositor já se mostrava descontente com o governo. "Está dando impressão de amadorismo", comentou o artista em entrevista a Pedro Bial.

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