Geraldo Azevedo fala sobre como sobreviver à ditadura militar em conversa com Pedro Bial: "o que me salvou foi o violão"

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 22/08/2020 às 10:37
Foto: Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo

O programa de Pedro Bial viabilizou, no programa desta sexta-feira (21),o reencontro do cantor e compositor pernambucano Geraldo Azevedo com Eliana Pittman. Amigos e parceiros de longa data, eles falaram sobre como se conheceram, sobre música e o Brasil durante a ditadura.

Depois de agradecer a Eliana por guiar o começo de sua carreira, o compositor pernambucano relembrou alguns momentos de sua primeira prisão política, em 1969. Na ocasião, a repressão o perseguiu por conta de um protesto contra a censura. Ele contou como a música o ajudou a suportar os dias na prisão. “Os primeiros dias foram muito difíceis porque era muito violento, mas o que me salvou foi o violão.”

Geraldo passou vinte dias em uma solitária e escapou após tocar violão para os oficiais. “Um cara chegou e disse: ‘traga um violão para esse cara para ver se ele é músico mesmo. Aquele torturador que enfiava estiletes em minhas unhas, que tinha me dado choque elétrico, que tinha me dado porrada e tudo… Quando eu comecei a tocar, ele ficou sensibilizadíssimo.”, contou revelando que tocou uma obra de Bach.

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No dia seguinte, Geraldo saiu da solitária para uma cela coletiva e revelou que lá organizava serestas com os companheiros de prisão. Com Eliana e Bial emocionados, o pernambucano também deu detalhes sobre sua segunda prisão, em 1975, e as apresentações que organizava diariamente com os colegas vítimas da repressão.

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