Programação começa nesta quarta e segue até domingo; veja agenda completa, preços e onde comprar seu ingresso
Mariana Cid
Especial para o Social 1
Coringa poderia ser só mais um filme categorizado com o gênero "super herói", mas a película é o contrário disso. Sem efeitos especiais chamativos, com uma narrativa extremamente humana e sem tantas cenas de ação com as quais estamos acostumados, ele é a história de um mero cidadão de Gotham City que enfrenta problemas sociais e individuais severos. Quem perdeu a chance de ver o filme que deu a Joaquin Phoenix o Oscar de Melhor Ator este ano tem nova oportunidade na estreia do Planeta Drive-in, nesta quarta-feira (15), no Recife.
O espaço funciona na Arena Boa Viagem, na esquina entre as avenidas Boa Viagem e Antônio de Góes, no Pina. A programação da primeira semana vai até domingo -- veja detalhamento ao fim deste texto. A Agência Reality, que trouxe o Planeta Drive-in para a cidade em parceria com o Social 1 e a rede exibidora Moviemax, já está trabalhando na agenda futura do espaço.
"Nossa expectativa é muito positiva, todo mundo está muito animado pois agora vai poder sair de casa para um evento seguro. A gente espera passar para a segunda e terceira fases do projeto o mais rápido possível", diz Juliana Cavalcanti, da Agência Reality. A segunda fase envolve palestras e a terceira, mini shows musicais - todos usando a infraestrutura do Drive-in como palco.
Rafaela Souza Leão, gerente de Programação e Marketing do Moviemax, também está contente com a parceria. "Tudo chegou na hora certa. Juntamos o know-how da Reality em eventos com a nossa expertise já consagrada nacionalmente como empresa de exibição de filmes. Foi uma bela junção", acredita.
Empatia pelo vilão?
Com um tom extremamente dramático, a trama de Coringa, dirigido por Todd Phillips, se torna muito psicológica quando vemos Arthur Fleck sendo tão desajustado numa sociedade tão injusta e individualista. Isso nos faz ter, no mínimo, empatia por um personagem que desde sempre é tido como um vilão insano e completamente sem escrúpulos. Levantando várias questões políticas relevantes, a narrativa nos manipula de forma que nos identificamos com o personagem, que sofre várias derrotas seguidas, gerando assim até uma espécie de sentimento de vingança quando ele resolve revidar todo mal sofrido. Mas a linha entre loucura e vingança é muito tênue. O sistema falha com o indivíduo e isso, entre tantas outras coisas, o torna um assassino, mas será que o comportamento dele é justificável?
O contexto de desigualdade social é explícito várias vezes durante o filme, quando observamos as consequências de uma greve do garis, tornando Gotham uma cidade visivelmente imunda, além de toda podridão escondida por debaixo dos panos. Em determinada cena, a aristocracia da cidade se reúne no cinema para assistir "Tempos Modernos", clássico de Chaplin, enquanto existe um levante dos oprimidos lá fora, sendo barrada por policiais. Um recado muito claro de que o filme quer levantar debates morais e sociais.
Transformação
Joaquin Phoenix levou o oscar de Melhor Ator pelo papel - e não foi à toa. Ele se entregou ao Coringa de maneira inegável, emagreceu 23 quilos para dar a Arthur a imagem frágil, grotesca e fluida que ele apresenta. Além disso, as micro expressões do personagem e a maneira como ele se move e dança na tela, tornam seu Arthur um objeto de arte inestimável.
A transformação e o crescimento de Fleck para Coringa ao longo do roteiro são perceptíveis. Sua desenvoltura e sua personalidade vão sendo moldadas a cada derrota que ele sofre e isso cria feridas cada vez mais profundas em sua alma. Para intensificar ainda mais esse quadro, temos também alguns flashbacks sobre todo o sofrimento que ele experimentou na infância.
Tudo isso, aliado a uma trilha sonora impecável, cheia de recados subjetivos, uma fotografia minuciosa e cores repletas de propósito, fazem com que Coringa seja um dos melhores filmes do gênero, mesmo tendo tão poucas características dele.
Veja a programação completa da primeira semana do Planeta Drive-in Recife
Quarta, 15/07
Shazan - 15h (dub)
Minha Mãe é uma peça 3 - 18h30 (nac)
Coringa - 21h30 (leg)
Quinta, 16/07
Como treinar seu dragão 3 - 15h (dub)
Shazam! - 18h30 (dub)
O homem invisível - 21h30 (dub)
Sexta, 17/07
Sonic - 15h (dub)
Coringa - 18h30 (leg)
Nasce uma estrela - 21h30 (leg)
Sábado, 18/7
Como treinar o seu dragão 3 - 15h (dub)
Nasce uma estrela - 18h30 (leg)
O homem invisível - 21h30 (leg)
Domingo, 19/7
Sonic - 15h (dub)
Minha mãe é uma peça 3 - 18h30 (nac)
Coringa - 21h30 (leg)
Ingressos: a partir de R$ 70 por veículo, nos sites planetadrivein.com.br e eventim.com.br/planetadrivein
Capacidade: 150 carros por sessão, com até 4 pessoas em cada veículo
