Após vídeo de reunião ministerial, Datena protesta ao vivo: "Não quero mais entrevistar o presidente"

Samantha Oliveira
Samantha Oliveira
Publicado em 23/05/2020 às 12:11
José Luiz Datena (Imagem: Reprodução)
José Luiz Datena (Imagem: Reprodução)

Durante o Brasil Urgente, da Band, na última sexta, 22, José Luiz Datena protagonizou um chilique ao vivo para os espectadores. Isso porque o programa exibiu os vídeos divulgados da reunião ministral do governo Bolsonaro, ocorrida em abril.

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Em um dado momento, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirma que a Band havia pedido dinheiro a Jair Bolsonaro. E foi justamente por conta disso a revolta de Datena. Imediatamente, ele interrompeu a transmissão, e começou a esbravejar contra os protagonistas do vídeo.

"Aí vem o cara numa reunião ministerial com o presidente da República e diz 'o pessoal da Band quer dinheiro'. Se você deu dinheiro para alguém aqui da Band, Pedro, você indique pra quem você deu", disse Datena.

"Com certeza essa pessoa vai ser demitida, se não foi uma coisa legal, se não foi uma mídia técnica. E do jeito que você colocou tem dúbia interpretação. Ou você prevaricou, e o Bolsonaro devia te mandar embora hoje".

A reunião ministerial, que aconteceu no dia 22 de abril, foi divulgada como prova da interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal. O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, afirmou que a emissora havia pedido dinheiro ao banco. Apesar disso, ele não concluiu sua fala detalhando se a instituição aprovou ou não a verba para a Band.

Protestos

Assim, Datena continuou com os seus protestos ao vivo, alegando que nunca mais iria entrevista o presidente. "Agora eu me recuso a fazer qualquer comercial da Caixa e desse governo. Eu me recuso porque sou obrigado, por contrato, a ler comerciais aqui. Eu fiz comerciais no passado aqui do governo porque eu sou obrigado a fazer".

O apresentador ainda detalhou que recebeu 12 mil reais por ação, que totalizaram quatro ações. Caso não fizesse os comerciais, descumpriria o contrato. "Eu fiz um por um preço quase que simbólico de R$ 12 mil reais".

"Eu tô publicamente dizendo que eu me recuso, diante de saber que tem pessoas dessa qualidade", continuou. "Eu me recuso a fazer qualquer ação para receber milhões de dólares ou qualquer ação em favor deste governo; que eu já vi o tipo de gente que dirige, por exemplo, a Caixa Econômica".

Vale lembrar que, até então, Datena se mostrava a favor das ações do governo Bolsonaro. Ele, inclusive, elogiou o posicionamento de Jair Bolsonaro contra o isolamento social na pandemia da Covid-19.

"E outra coisa. De preferência eu não quero mais entrevistar o senhor Presidente da República depois de uma atitude dessas. Eu gostaria que o Presidente da República desse entrevista para quem ele quisesse. Com todo o respeito que eu tenho a ele e ao cargo dele. Eu me permito nunca mais fazer uma entrevista com ele".

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