Gabriela Prioli, da CNN Brasil, pede demissão, após desentendimento ao vivo

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 29/03/2020 às 13:55
Gabriela Prioli
Gabriela Prioli

Gabriela Prioli, comentarista da CNN Brasil, pediu demissão da empresa após um desentendimento com Tomé Abduch na última sexta-feira (27) sobre prisão domiciliar do ex-deputado federal Eduardo Cunha e a política contra drogas no País. Ela elencou seu posicionamento no Twitter.

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Nas redes sociais, Abduch foi acusado de ter praticado o mansplaining, quando um homem tenta impor sua forma de pensar em relação ao que foi dito por uma mulher. "Eu fico aqui em uma situação delicada porque a gente não fala do tema. Aí o Tomé diz que não é técnico e não tem condição de falar sobre os dados técnicos, mas aí ele usa essa absoluta falta de técnica dele para criticar a decisão da juiz que cuida do caso. Então ele está aqui dizendo que o ex-presidente Eduardo Cunha ficaria mais seguro em um presídio e aí, claro, ele descredibiliza a decisão da juíza Gabriela Hardt, mas ele não conhece o caso, ele não sabe o que está acontecendo", disse a comentarista.

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Em outro momento, no mesmo dia, Gabriela disse que ficava em uma situação delicada por discutir um tema sério: "É necessário dados com uma pessoa que já demonstrou não ter nenhum conhecimento da realidade que descreve. Essa realidade sobre a qual você fala, sem conhecimento de causa, de orelhada, por achismo e com preconceito, é uma realidade que deve ser analisada com seriedade porque tem impacto na vida de muitos brasileiros que merecem a nossa consideração. Não é porque as pessoas são mais pobres, não é porque são mais simples que elas devem ser tratadas com respeito e solidariedade. Eu sinto muito que a gente tenha essa irresponsabilidade de trazer esse tema para o debate sem que tenha sido esse o tema proposto e sem que as pessoas tenham se preparado para discutir, alicerçadas em dados, a realidade que a gente vive no Brasil. De verdade, sinto muito que a gente tenha chegado neste ponto", disse.

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No Twitter, Gabriela disse ter o compromisso com um debate racional, prospectivo, informativo e respeitoso."Não consigo atingir o meu objetivo se for constrangida e não posso seguir participando do debate sem que a convicção sobre a gravidade do constrangimento não seja só minha, mas de todos os envolvidos, na frente e atrás das câmeras. Não posso legitimar que o achismo seja equiparado ao conhecimento científico nem contribuir para acirrar a polarização. Seguirei, por enquanto, dividindo com vocês as minhas análises nas minhas redes e pensando em outras formas para podermos interagir e evoluir com qualidade", publicou.

Gabriela é mestre em direito penal pela USP e professora na pós-graduação da Mackenzie.

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