"A cultura é como o pancadão de Paraisópolis, impossível acabar", diz Fernanda Torres

Igor Guaraná
Igor Guaraná
Publicado em 05/12/2019 às 18:08
Fernanda Torres critica atual situação da cultura brasileira. Foto: Reprodução/Instagram
Fernanda Torres critica atual situação da cultura brasileira. Foto: Reprodução/Instagram

Na pré-estreia do filme O Juízo, que estreia hoje nos cinemas, Fernanda Torres, roteirista do longa, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, comentou sobre o atual momento do audiovisual brasileiro, que vive momentos de tensão pelos cortes de verbas nas produções.

"Terra estrangeira (1995), do diretor Walter Salles, foi feito na era Collor e era exatamente sobre isso. Eu era uma das exiladas brasileiras. Quando a Embrafilme acabou, fui fazer filme no México e em Portugal, relembra Fernandinha. A gente não faz arte para ficar rico, mas porque não tem outra opção, é a nossa vida", completa.

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Andrucha Waddington, diretor de O Juízo, também comentou a situação, e citou os serviços de streaming como uma alternativa válida. "Não é hora de acuamento, mas de ter energia e calma para nos posicionarmos com a nossa arte", diz o profissional, que ficou surpreso com a retirada dos cartazes da Ancine esta semana.

"Não entendo esse filtro, qualquer dirigismo empobrece. Na ditadura militar, surgiu o Tropicalismo, o Cinema Novo, movimentos de arte, o Brasil teve voz. Nós artistas vamos nos expressar independente de tentativa de censura", apontou o diretor. "[A cultura] é como o pancadão de Paraisópolis, impossível acabar. A polícia entra para matar, mas o funk é uma necessidade, acontece", concluiu Fernanda.

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