Caco Ciocler, intérprete de Jesus na Paixão de Cristo do próximo ano, em Nova Jerusalém, afirmou que apesar de não seguir uma vida religiosa, sempre considerou seu personagem um verdadeiro herói, um revolucionário.
“Sou judeu de nascença e vivo sob os preceitos da religião, embora não seja uma pessoa religiosa. Mas, apesar disso, Jesus sempre foi um personagem histórico, não religioso, pelo qual tenho admiração”, disse o ator, que fica em cartaz no município de Brejo da Madre de Deus entre os dias 4 e 11 de abril de 2020.
“Ele sempre foi um herói para mim. Um personagem riquíssimo, supercomplexo. Eu imagino que ele tenha tido muita dúvida, muita crise, muito medo. [...] É um personagem muito rico. E o Plínio (Plínio Pacheco, idealizador e construtor de Nova Jerusalém que também escreveu o texto da peça) captou isso de uma maneira muito inteligente”, acrescentou o artista.
Desmaio
Seu retorno ao espetáculo é cercado de histórias interessantes. Em 2012, quando interpretou Judas, Caco, durante os ensaios, teve um breve desmaio na cena em que pula da árvore cenográfica, marcando o enforcamento do seu personagem. “Ninguém sabe, mas eu desmaiei naquela cena e acordei rodando na corda e as pessoas dizendo: Vamos lá Caco, de novo!”, conta ele.
Durante o desmaio, Caco afirma ter sido transportado para outro lugar. “O lugar para onde eu fui, ainda que seja um lugar imaginário, era um lugar muito ruim, solitário", revela o artista, que precisou fazer anos de terapia após o episódio. “Voltar para cá e falar sobre ressurreição é uma coisa muito profunda para mim nesse momento”, acrescentou.
"É indescritível", diz Christine Fernandes, intérprete de Maria na nova temporada do espetáculo
Christine Fernandes (Maria) afirma que contracenar em Nova Jerusalém é uma experiência inesquecível. “Atuar para oito mil pessoas por espetáculo será uma coisa que eu nunca experimentei. É indescritível, é uma energia que você troca com a plateia. [...] Espero com ansiedade esse momento e tenho certeza que vai ser maravilhoso e eu vou sair modificada dessa experiência”, contou a atriz, que já havia representado a personagem no espetáculo Noite Feliz, em 2000.
“Maria é uma mulher forte, muito crente em Deus. Ela tem uma bondade sobre si e ao mesmo tempo uma força. [...] Ela é o próprio amor. E como expressar esse amor e ao mesmo tempo transmitir força? Será um trabalho hercúleo, dificílimo e desafiador ao mesmo tempo", revela Fernandes, que estudará ainda mais a personagem. “Vou ler mais, me inteirar sobre esse universo e me jogar junto com os meus colegas no trabalho, sentindo cada emoção que vamos colocar em cena", finalizou.
