Livro conta que Silvio Santos era considerado "comunista" por militares durante a ditadura

Igor Guaraná
Igor Guaraná
Publicado em 26/10/2019 às 11:05
Silvio Santos tinha relação díficil com os militares FOTO:

O livro Comunicadores S.A., escrito pelo professor Fernando Morgado, revela que relação de Silvio Santos com os militares era bem diferente do que imaginávamos. Na época, o apresentador ainda fazia parte da TV Globo, onde tinha um programa com oito horas de duração, aos domingos.

LEIA MAIS: Silvio Santos provoca Dudu Camargo: “Disseram que você gosta mais de pinto”

Documentos extraídos do Sistema Nacional de Informações (SNI) mostram que Silvio era visto como um apoiador do comunismo no país e, por pouco, o apresentador não sofreu sansões diretas ao formato do seu programa. "Por mais incrível que possa parecer, tinha gente de alta patente dentro das Forças Armadas que via Silvio como parte de um esquema que visava apoiar a ação comunista no Brasil", disse o autor em entrevista ao site Na Telinha.

LEIA MAIS: Silvio Santos questiona sexualidade de Helen Ganzarolli e modelo rebate: “Eu gosto de homem”

"Militares queriam que o Programa Silvio Santos tivesse sua duração reduzida, deixasse de ser ao vivo e perdesse a plateia. O apresentador teve que mandar uma carta ao ministro das Comunicações (Hygino Corsetti, 1919 - 2007) apelando para que essas mudanças não fossem feitas", completa Fernando, que escreveu Silvio Santos: A Trajetória do Mito, em 2017.

Programas danosos

O documento divulgado pelo autor se trata de um inquérito policial militar, assinado pelo general Tasso Vilar de Aquino, em 1970. Nele, programas como o de Silvio Santos, Chacrinha e Dercy Gonçalves foram classificados como "altamente perniciosos", que causam danos. "Esse programas são fortes pontos de apoio da ação comunista no processo de mediocrização e excitamento coletivo do povo", diz um trecho do documento.

Últimas notícias