Óleo de canabidiol é o ativo da vez para o skincare

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 21/10/2019 às 8:06
Foto: Unplash
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Em 1998, a marca inglesa The Body Shop inovou ao comercializar os primeiros produtos à base do óleo extraído das sementes de cânhamo. Também chamado de canabidiol (CBD), o componente não trazia efeitos psicoativos, pela ausência do tetra-hidrocanabinol (THC). Nem o mercado, nem o público tiveram “grandes reações”….

Linha Hemp da The Body Shop

A Kiehl's, marca de skincare da gigante L'Oréal, investiu no óleo de cânhamo em um concentrado facial com propriedades calmantes, que prometem reduzir a vermelhidão. O óleo facial da grife americana Josie Maran promete diminuir a ação do tempo e suavizar linhas e de expressão. Até na maquiagem o ativo já aparece como na máscara de cílios da nova-iorquina Milk Makeup. Outras grifes já demonstraram interesse e estão em fase de testes e pesquisas para lançar seus produtos.

Mesmo tornando-se uma excelente candidata a ser o ativo do futuro nos cremes de cuidados com a pele, há, no Brasil, além da proibição, uma aura de estranhamento e preconceito com o uso da cannabis nos cosméticos. Segundo a dermatologista Gleyce Fortaleza, a concentração é tão pequena que, mesmo com a quantidade mínima de absorção dos derivados na pele, não existe o menor risco de “viagem”. “Estudos mostram que os derivados do cannabidiol têm efeito anti-infamatório, calmante e hidratante, especialmente benéfico para as peles acneica e sensível. Pude experimentar na pele alguns produtos e acredito que eles vão se consolidar”, adianta.

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Gleyce Fortaleza acredita, porém, que estudos relativos as propriedades dermocosméticas do canabidiol ainda são poucos e deve levar, ainda, um bom tempo para a aprovação em terras brasileiras. “São necessários estudos mais aprofundados e, além disso, o processo de licença para aprovar qualquer coisa no Brasil é muito lento”.

ENTENDA AS DIFERENÇAS

A principal diferença entre cânhamo e cannabis é a finalidade para qual cada uma é utilizada. Por exemplo, o cânhamo é cultivado pensando em suas sementes, fibras e caule. As sementes são utilizadas para cosméticos, medicamentos, alimentos e suplementos nutricionais, já o caule e as fibras são usadas na produção de papel, compostos plásticos, tecidos, cordas e materiais de construção. Por outro lado, a cannabis é plantada visando seu potencial psicoativo, o caule e as fibras não são utilizadas, o que mais importa são suas flores, que é a parte da planta com maior concentração de THC.

O óleo de cânhamo é feito das sementes do cânhamo, que contém muita gordura de ômega, já o óleo de cannabis é feito de uma parte específica da planta que contém moléculas que desencadeiam respostas no corpo humano, causando assim, alívio de dores.

E para acrescentar um pouco mais de confusão, o óleo de cânhamo rico em CBD e o óleo de cannabis são bastante confundidos, por parecerem a mesma coisa, porém, eles têm fundamentos diferentes, já que os dois tem muitas biomoléculas que não são iguais e que produzem efeitos distintos no corpo humano.

Por isso, como mencionado anteriormente, o que vai determinar os aspectos acima mencionados será a maneira a qual a planta será cultivada e, com isso, podemos concluir que todo cânhamo é tecnicamente cannabis, mas a cannabis não é cânhamo. E por isso também quando a planta de cânhamo tem menos de 0,3% de THC, seu óleo pode ser considerado óleo de cânhamo rico em CBD, ou óleo de CBD.

Já a maconha que é inalada (fumada) possui alto índice de THC, que causa os efeitos psicoativos. Quando fumado, o THC é rapidamente absorvido pelos pulmões, chegando ao cérebro em poucos minutos.

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