Solidário, Fábio Assunção participa do enterro da menina Ágatha

Igor Guaraná
Igor Guaraná
Publicado em 23/09/2019 às 14:01
Fábio Assunção marca presente em funeral de menina assassinada por policiais no Rio. Foto: Reprodução/Instagram
Fábio Assunção marca presente em funeral de menina assassinada por policiais no Rio. Foto: Reprodução/Instagram

Fábio Assunção participou no último domingo, 22, do enterro de Ágatha, menina de oito anos morta durante uma ação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Depois da comovente cerimônia, o ator fez um emocionante desabafo nas redes sociais.

"Independentemente do que pensa esse grupo que enaltece a morte, eu sinto amor e estive no Alemão hoje. Solidário, empático com a dor coletiva e marcando a posição que acredito. Que é a urgência em nos reconhecermos entre aqueles de quem aprendemos manter distância. Aprendemos que os pobres são perdedores, que os pretos são perigosos e que os ricos venceram. Será que não conseguiremos romper essa educação colonial e entender agora que somente o coletivo, a soma e a diversidade podem nos trazer alegria?", questionou o artista.

Fábio continua seus questionamentos e expõe algumas feridas sociais. "O morador da periferia e da comunidade não merece viver? Está ali apenas para servir às classes que herdaram algo ou aos que tiveram chance de conquistar uma moradia silenciosa, aos que não dormem ao som dos tiroteios?", escreveu Assunção.

"Essa guerra em vigor é uma guerra inútil, onde todos perdem. Todos. Policiais em serviço morrem. Cidadãos de bem morrem. Crianças morrem. Quem teve a sorte de não estar na linha de tiro pode se posicionar também. Amorosa e pacificamente", continuou ele.

No fim, Fábio falou sobre empatia e amor. "Talvez isso não aconteça amanhã, mas o tempo há de nos levar pelo caminho da admiração mútua, pois todos precisam de amor, de afeto e de oportunidade de crescer. E todos são maravilhosos, cheios de força e talento pra botar pra fora. Falta apenas um olhar. Morador pobre de comunidade não é coitado. Coitados são aqueles que desprezam a vida do outro", concluiu.

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