Derlon expõe fotopinturas na Amparo 60

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 23/05/2019 às 10:32
Derlon - Foto: reprodução do Instagram
Derlon - Foto: reprodução do Instagram

O artista plástico Derlon chegou ontem de São Paulo, onde está morando há sete anos, para montar sua exposição "A Beleza do Tempo", na Galeria Amparo 60, que está celebrando 20 anos de atividades no Recife. Além das obras que compõem a mostra, em acrílico sobre tela, os corredores da sobreloja do edifício Califórnia vão ganhar um grande mural, feito com tinta spray, técnica que remete às suas raízes e início de carreira. A vernissage está marcada para o dia 30 de maio, a partir das 19h,

A Exposição foi concebida a partir de um trabalho de Derlon, inspirado em fotopinturas, uma técnica muito utilizada no passado, mas praticamente extinta hoje. Em uma das salas da galeria, será montada uma grande composição com onze obras de dimensões menores. Na sala principal, seis telas de maior proporção.

Segundo o artista, há mais de oito anos ele vem desenvolvendo uma pesquisa sobre fotopinturas, uma técnica bastante utilizada no passado, mas praticamente extinta hoje. “Eu nasci no Recife, tenho essa vertente saudosista, trabalho muito com a memória. É algo que toca muito em mim, com a qual me identifico. Por isso fui tocado por essas fotopinturas”, explica. Nas obras que serão expostas, Derlon parte de fotopinturas para desenvolver seus trabalhos.

O primeiro contato do público com a mostra será o mural que o artista vai pintar no corredor da sobreloja do edifício Califórnia que dá acesso à Galeria Amparo 60, uma proposta em total diálogo com a trajetória de Derlon, desde sempre ligada à imagem gráfica. O início de sua carreira foi marcado pelas intervenções urbanas no Recife onde se dedicou, principalmente, à pintura muralista, já aliando o grafite às referências da cultura nordestina, da xilogravura.

Dentro da galeria, Derlon vai montar uma grande composição com obras de dimensão menores, colocando em diálogo fotopinturas e suas releituras delas. “Faço um jogo de imagens que desejam representar essa beleza, essa beleza do passado que não volta mais”, explica, destacando que optou pelo uso quase que exclusivo do preto e do branco nas pequenas obras que produziu para manter o tom saudosista e investir nos contrastes.

Na sala principal, a aposta de Derlon é em obras de maiores dimensões que formam conjuntos específicos, todos também em diálogo com as fotopinturas. Numa das obras, o artista faz referência a tradição nas casas de interior de dispor as fotopinturas de entes da família ao lado de imagens religiosas e de santos. “Em uma delas, faço uma alusão a essa questão religiosa e utilizo a folha de ouro para alguns detalhes. Em outra obra, adicionei um botão”, diz o artista, comentando

que nos trabalhos exercitou outras técnicas.

Nas obras em exposição, o artista trabalhou com acrílica sobre MDF e compensado, utilizando spray, estêncil e pincel. “Trabalhar numa parede é bem diferente de trabalhar numa tela. Venho maturando a minha obra, porém sem perder minhas referências, mas experimentando novas possibilidades”, conta, destacando que essa exposição marca uma fase muito produtiva da sua carreira.

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