Quem é mulher e já esteve grávida já sabe: durante o período de gestação o corpo passa por muitas mudanças e, algumas delas irreversíveis. Os hormônios da gravidez e do puerpério provocam o crescimento das mamas e mudança na coloração das aréolas. Também acontece o aumento da barriga e alargamento dos quadris para permitir a passagem ao bebê. Durante este período não tem jeito, o ideal é se alimentar corretamente, manter a atividade física permitida pelo seu médico e deixar as preocupações estéticas para depois. Mas para quando?
Após o parto, a mulher passa por uma fase de diminuição do inchaço natural da gravidez e o corpo vai, aos poucos, voltando ao seu estado pré-gravídico. Mas ainda não é a hora de programar uma cirurgia plástica. Segundo Ana Carolina Campolina, médica formado em cirurgia plástica pela Escola Ivo Pitanguy, sócia da AVIVA Cirurgia Plástica em Recife e mãe de dois, o período mínimo para uma intervenção é de 3-6 meses após o parto. “No caso das mamas, só podemos colocar prótese ou fazer suspensão e redução quando passados, no mínimo, três meses do término do período de amamentação”, avisa a médica.
Lembrando que mesmo a mãe que não amamenta percebe mudanças nos seios depois da gravidez: “ Toda a estrutura da mama -a pele, os mamilos e as aréolas- sofre as alterações para produzir, armazenar e eliminar o leite.” – explica. No caso da mulher que amamentou, passada esta fase, os seios podem voltar ao tamanho normal, mas a pele pode continuar em excesso, causando a temida flacidez. “Frequentemente observamos alteração do volume mamário ou mesmo mudanças em sua consistência.” – completa.
Segundo a médica Ana Carolina Campolina, as cirurgias plásticas para ‘reformar’ o corpo após o nascimento do bebê são cada vez mais requisitados
MAMAS - Uma dúvida que frequentemente acomete as mamães descontentes com seus corpos pós-parto é se o ideal seria colocar implante de silicone ou suspender as mamas. Neste caso, depende de como ficaram as mamas depois de todo o processo: “Se a mama estiver levemente caída, a prótese vai reestabelecer o volume , melhorando a flacidez. Mas existem casos mais severos de flacidez , que é preciso retirar o excesso da pele, já que a prótese, isoladamente, não vai resolver o problema”, pondera Dra. Ana. Sobre o tamanho, a cirurgiã é categórica: “Não existe tamanho de prótese ideal, depende de cada caso. Mas procuro buscar um resultado que tenha aspecto natural e que fique bonito com o passar dos anos”, afirma.
BARRIGA – No caso do abdome, a gordura localizada pode ser resolvida com uma lipoaspiração, mas é muito importante que a mulher tenha voltado ao peso habitual, ou pelo menos próximo a isso. “A lipoaspiração não é indicada para quem deseja emagrecer, e é importante salientar os limites de segurança do procedimento que estabelece que podemos lipoaspirar somente 5% a 7% do peso corporal da paciente.” Este tipo de procedimento é interessante apenas nos casos de gordura localizada, aquela resistente à dieta e à atividade física”, orienta Ana Carolina.
No caso da flacidez persistente no abdome após o parto, a mini abdominoplastia ou abdominoplastia clássica pode ser indicada. Nestes procedimentos, a cirurgiã plástica corrige o afastamento da musculatura e remove o excesso de pele e gordura na porção inferior do abdome. Vale ressaltar que, tanto para as intervenções nas mamas ou no abdome, é preciso ficar pelo menos 6 semanas sem levantar peso ou fazer esforços. Contudo, existe técnica para a colocação de prótese de mamas em que é possível carregar seu bebê imediatamente após o procedimento chamada “mamaplastia com recuperação rápida”. Também é interessante que, caso a mulher deseje ter mais filhos, deixe para fazer as cirurgias depois do último. E claro, quem desejar passar por qualquer um destes procedimentos, deve procurar um cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.” – observa a especialista.
