Tereza Costa Rego: aos 90 anos e a pintura sempre presente

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 24/04/2019 às 6:18
Tereza Costa Rego. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Tereza Costa Rego. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem

Principal nome feminino da arte moderna em Pernambuco, Tereza Costa Rego chega aos 90 anos de vida – no dia 27 de abril -, fazendo o que mais gosta; pintar. Além de uma retrospectiva de sua carreira, promete seguir pintando até não poder mais. Especialmente para o Social 1, ela responde a cinco questões sobre a nove décadas de vida ao autor de sua biografia, Tereza – uma mulher em três tempos (Cepe), Bruno Albertim:

O que espera dos 90 anos de idade?

Nada (risos). Se eu pudesse, pegava um avião e ia tomar um vinho com uma grande amiga minha, uma espécie de filha que tive em Paris, na época do exílio.

Mas você tem planos...

Quero pintar, pintar até não conseguir mais. Sempre fui muito feliz pitando aqui, mas quero, agora, fazer uma exposição nacional, pelo país, com alguns dos quadros mais importantes da minha carreira. Alguns desses quadros contam a história do século 20, eu estava lá, vivi muito daquilo, o que aumenta a minha responsabilidade.

Tem pintado?

Pintei há pouco um quadro, um parto, a cena de uma mulher parindo diante da multidão. É o primeiro parto que pinto. Acho que representa outros que nascerão.

Se arrepende de algo neste 90 anos de vida?

De nada, tenho apenas algumas lamentações. Lamento minha infância e minha juventude, eu era muito reprimida, não podia nada, tudo era proibido. A sociedade era muito pesada.

Se imaginava, mais jovem, ser a mulher que se tornou?

Não, quando a gente é jovem, nunca espera nada. Sou o que  consegui ser. Tenho consciência do começo da finitude, muitos amigos se foram. Mas vou seguir pintando, subindo essa escada até não poder mais.

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