Inspirar-se na obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas, é um trabalho árduo para qualquer área. Na moda, idem. O livro aborda as riquezas áridas do sertão nordestino, mas nada mais sensível e autoral do que um coletivo de Alagoas querer - com propriedade - usar deste tema para apresentar suas criações no maior salão de negócios da América Latina, o Minas Trend. "Tem uma história dramática, mas também de sobrevivência dessa família, esperança de encontrar dias melhores", afirma Davi Leite, stylist do desfile.
Com cast moderno - com meninas plus size - a apresentação foi bem plural e esteticamente bem definida. A plasticidade do telão com imagens áridas contrapunha com as peças apresentadas. As modelos tinham cabelo à la Maria Bonita, ícone do cangaço.
Nas passarelas, um pouco de tudo, mas destaque para o trabalho de renda renascença, acessórios macros, patchwork, bordados, tramas e até jacquard. O mais bacana foi perceber o amadurecimento do grupo e coragem assertiva do Sindicato das Indústrias do Vestuário, da Confecção de Roupas Íntimas e da Fabricação de Bijuterias e Joalheiras do Estado de Alagoas em montar e apresentar para o mundo o que anda sendo produzido neste estado nordestino.
As marcas apresentadas foram Aquas Beachwear, Alana Tenório, Caleidoscópio, Carol Paz, Estúdio Monteferro, Endy Mesquita, Leila Monteiro, Maneka, Manu Mortari e Sandra Cavalcante sob coordenação de Mari Cezário.
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