Galo da Madrugada: Temática artesã se expande para além do Carnaval da capital e chega no Alto do Moura

Victor Augusto
Victor Augusto
Publicado em 20/02/2019 às 9:57
Réplica em barro do Galo da Madrugada por Leopoldo Nóbrega
Réplica em barro do Galo da Madrugada por Leopoldo Nóbrega

O Galo da Madrugada, que neste ano chega à Ponte Duarte Coelho travestido de Galo Artesão, não olha somente para o mar de foliões posto diante de si durante os quatro dias do Carnaval. Leopoldo Nóbrega, artista à frente da alegoria gigante, vai dar continuidade a projetos sustentáveis desenvolvidos a partir da montagem da peça no seu espaço cultural, chamado Arte Plenna.

O objetivo é que, a partir de ações pós Galo da Madrugada, estimule-se o espírito artesão pernambucano. Elas passam pela periferia urbana do Recife, visam instigar o espirito da sustentabilidade no polo das confecções de Toritama e propõem, principalmente, um resgate da identidade das esculturas do Alto do Moura, em Caruaru.

"Tudo que fazemos no Galo se desdobra em um projeto que deve continuar. Essa consciência artesã a gente pode aproximar do Alto do Moura. ", inicia Leopoldo. Com entusiasmo, ele explica: "Estou fazendo uma réplica pequena do Galo, de barro, no caso de argila, no Alto do Moura. Ele já está sendo feito por uma artesã Terezinha no que diz respeito à forma e multiplicação. Uma vez pronto, vou esmaltar uma série original e vou doar para o Alto do Moura a identidade e a criação para que eles repliquem o Galo como um personagem comercializável".

Para Leopoldo, o momento de aderir o Carnaval na cultura artesã do Alto do Moura é crucial: "Com isso, vamos realizar o desejo de inserir o carnaval na cultura daquele polo artístico. Então, se o Galo entra como um personagem de barro, outros podem entrar. Temos uma escola se extinguindo: Mestre Vitalino foi embora, Severino Vitalino acabou, Manoel Eudócio - um grande mestre - também se foi. Então [a falta] das nossas referências criativas são um problema para nossa identidade. Hoje estamos distantes dela".

"Aqueles personagens que Vitalino via cotidianamente, como o boizinho, as lavadeiras, os retirantes e o caçador não existem mais. Então a nova geração de artesões não se identifica com essa realidade. A arte do barro, como outras artesanias, acaba se perdendo. É nesse sentido que o Galo Artesão evoca a importância da valorização do artesanato. Não é isso que Pernambuco tem de melhor? "

Leopoldo Nóbrega

Quer saber mais sobre a produção? Confira o vídeo abaixo!

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