Livro reúne os feitos e as lembranças de Paulo Braz em 30 anos de noite recifense

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 04/02/2019 às 19:53
Paulo Braz - Foto: Rafael Pavarotti / Divulgação
Paulo Braz - Foto: Rafael Pavarotti / Divulgação

Meu peito é feito de festa é o nome do livro que Paulo Braz lança, nesta quarta-feira (6), na Mercearia do Braz, a atual empreitada deste psicólogo que há 30 anos tornou-se produtor/empresário da cena festiva/boêmia/cultural do Recife. A publicação tem um quê autobiográfico, mas diz respeito a mais histórias de vida, e não só a dele. Quem frequentou a noite do Recife, sobretudo, do fim dos anos 80 até os 2000 poderá encontrar seu lugar nas memórias de Paulo Braz.

O livro também revira os porquês de o paraibano virar um "festeiro", como ele mesmo diz. Paulo Braz nasceu em Campina Grande (PB) e morou em Sumé, também no interior paraibano; sendo que, aos 15 anos, veio para o Recife, onde, de largada, trabalhou como office boy. Na função, aos 22, comprou o primeiro carro, uma rural, dada ao pai, que estava financeiramente "quebrado". "Ele colocou uma luz negra e cortina pra levar a rapaziada para os sambas e forrós. Era um 'bon vivant'", relata, entregando, quem sabe, sua (ou uma) inspiração de estilo de vida.

Em 1986, numa estada de 17 dias em Havana, Cuba, para um congresso de psicologia, Paulo Braz se encantou pela salsa e pelos charutos. O molejo dos cubanos - em especial, o dos homens e suas pélvis soltas, quando dançavam - mexeram com o produtor que ali nascia. Imaginou "o Recife como a Cuba do Brasil" e pensou que, naquela saída de ditadura, seria bom à capital pernambucana contaminar-se da alegria cubana.

Capa de "Meu peito é feito de festa", com ilustração de David Alfonso, artista cubano radicado no Recife - Imagem: Divulgação

O Réveillon do Boi Voador, em 1989, é considerado o marco (não a primeira festa) de Paulo Braz. Sucesso de público e crítica, digamos. A trajetória total vai de um sem número de festas no Recife e em Olinda (incluídos os réveillon Pé de Valsa e a virada na rua do Bom Jesus, com Chico Science) e desemboca em sete casas noturnas - entre elas, Calypso, no Bairro do Recife; Cuba do Capibaribe, no Paço Alfândega; e Frida Mexican Bar, no Pina. Nessa conta entra, ainda, o Siri na Lata, bloco de Carnaval que, este ano, faz sua 43ª edição e tem Paulo como um dos organizadores desde 1990.

Na 1ª foto, Paulo Braz ladeado pelos bailarinos Maria Eduarda Maranhão e Robson Duarte; na 2ª, entre os sócios, da Calypso, no Recife Antigo - Fotos: Divulgação

"O livro é permeado pelas minhas histórias, mas também faço reflexões como psicólogo e dou toques de empreendedor - quais são os elementos de sucesso e os de fracasso, porque nem tudo são flores. Eu digo onde me ferrei", conta Paulo Braz, que autografa Meu peito é feito de festa no andar de baixo da sua Mercearia do Braz, enquanto no de cima o maestro Edson Rodrigues e a orquestra Swing Big Band vão tocar latinidades. A partir das 18h.

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