Mariana Xavier, a Jenifer de Gabriel Diniz, gravou vídeo comemorando o clipe do cantor, protagonizado por ela. A atriz reflete sobre um importante diferencial neste trabalho: o fato de ser ela, uma mulher gorda, a personagem de um hit de verão, estação sempre associada a corpos esbeltos e sarados. "A letra não fala de um tipo físico específico. Podiam ter feito o óbvio e colocado uma atriz magra, com cara de princesa da Disney", diz Mariana, mexendo os 'pauzinhos' dos padrões que ditam referenciais de beleza e excluem a diversidade de corpos.
Outro diferencial do clipe, destaca Mariana Xavier, é o fato de não alardear que Jenifer é gorda. Esse tratamento dado à personagem tem ajudado mulheres que nela se reconhecem. "Tenho recebido tanta mensagem linda, de tanta gente que disse que se sentiu representada, que ganhou um 'up' na autoestima depois de me ver lá, toda bonitona, toda risonha, toda 'sensuelen', sem que o peso precisasse sequer ser mencionado."
Mariana Xavier é assertiva ao falar sobre representatividade: "É botar corpos que, normalmente, são excluídos, marginalizados, em posição de destaque. E, principalmente, sem precisar grifar isso".
Leia a transcriação do que Mariana Xavier fala no vídeo:
"Se você vive no planeta Terra, a essa altura do campeonato, você já sabe quem é Jenifer. Você pode até não gostar da música, mas o combo Jenifer é pra glorificar de pé. O clipe já tem 120 milhões de visualizações, e sabe qual é o grande diferencial dele? É que a Jenifer sou eu, e por causa disso ela poderia perfeitamente ser... você!Já pararam pra pensar quão emblemático é ter uma mulher gorda no papel da personagem mais famosa e mais falada do Brasil no momento? Principalmente no verão, que é uma estação tão opressora, tão excludente, pra quem 'tá' fora do tal 'padrão de beleza'. Tenho recebido tanta mensagem linda, de tanta gente que disse que se sentiu representada, que ganhou um 'up' na autoestima depois de me ver lá, toda bonitona, toda risonha, toda 'sensuelen', sem que o peso precisasse sequer ser mencionado. A letra não fala de um tipo físico específico. Podiam ter feito o óbvio e colocado uma atriz magra, com cara de princesa da Disney. Mas, não. Alguém ou 'alguéns' no meio do processo teve a iniciativa de botar uma alguém mais comum. Representatividade é isso! É botar corpos que, normalmente, são excluídos, marginalizados, em posição de destaque. E, principalmente, sem precisar grifar isso.
Numa das dezenas de entrevistas que eu dei nas últimas semanas, me perguntaram quem é a Jenifer. Ela só é livre e faz as paradas que ela quiser.
Mariana Xavier
Veja o vídeo publicado pelo Quebrando o Tabu:
Assista ao clipe:
