Conheça a arte de Toz, em cartaz na Caixa Cultural Recife

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 21/12/2018 às 16:35
Toz à frente da tela "Matriarca", em visita guiada para influenciadores digitais - Foto: Rafael Martins / Divulgação
Toz à frente da tela "Matriarca", em visita guiada para influenciadores digitais - Foto: Rafael Martins / Divulgação

Visita à "Cultura Insonia", de Toz - Foto: Rafael Martins / Divulgação

Há um povo interessante para ser visitado na exposição Cultura Insonia [assim, sem acento], em cartaz na Caixa Cultural Recife. Criação de Toz, assinatura artística de Tomaz Viana, baiano de 42 anos, radicado no Rio desde os anos 90. Dedicado à street art, Toz tem no grafite seu pensamento artístico e sua base de trabalho. Assim, o povo da Cultura Insonia é feito de spray. Mas não só.

A maior das telas, Matriarca (na foto acima), traz mulheres nascidas do spray de Toz, mas sua parte superior levou uma cobertura de massa, que depois foi riscada, para revelar a camada anterior (como o descascado de uma casa antiga, que mostra outros tempos). Já na parte inferior da tela, pinceladas de tinta a óleo. Em outras obras, mais experimentações: há grafite sobre tecido, aplicações - inclusive de papel e cola colorida - sobre grafite...

Insonia é um personagem criado por Toz, por volta de 2010, descrito como uma figura mítica; uma entidade noturna. Nesta exposição, Toz amplia esse personagem, ao dar-lhe um povo e um lugar, que é inventado, claro, mas remete à nossa ancestralidade africana.

Toz e Elodie Salmeron são casal e dividem a curadoria da mostra - Foto: Rafael Martins / Divulgação

Apropriação

Em outra seção da mostra Cultura Insonia, há uma série daquelas esculturas encontradas em beira de estrada. Foram banhadas por tinta e purpurina pretas. A ideia, ali, é falar sobre como a arte do grafiteiro consiste em se apropriar do suporte que vai receber o grafite - seja ele uma parede; seja um carro abandonado... "A gente se apropria, como na pop art Andy Warhol se apropriava das imagens das celebridades para criar a arte dele", diz Toz.

Grafite

Já na instalação "Todos os olhos sobre mim", feita de coquinhos, Toz reflete sobre ele, um artista da rua, mais especificamente do grafite, ocupando uma galeria de arte - no caso, a Caixa Cultural. "Quando a gente 'tá' num espaço como esse e tem origem diferente é muito mais cobrado. Tem de quebrar barreiras pra chegar".

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