"Eu poderia ter sido uma Barbie", diz Fernanda Lima sobre questionar os próprios privilégios, em entrevista à Trip

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 19/12/2018 às 16:24
Fernanda Lima - Foto: Paulo Vainer / Revista Trip 280
Fernanda Lima - Foto: Paulo Vainer / Revista Trip 280

Fernanda Lima esteve no meio de um furacão, este ano, por causa da 11ª temporada do programa Amor & Sexo, que ela comanda na Globo. A atração - pautada pela defesa do amor livre, da autoaceitação, educação sexual e liberdade individual - foi alvo dos mais conservadores. Que nem o cantor Eduardo Costa, que xingou a apresentadora.

Em entrevista à revista Trip, Fernanda Lima, 41 anos, fala sobre questionar os próprios privilégios e emprestar sua voz a causas que não são diretamente dela - mas de todos - como o combate ao racismo, à LGBTfobia, gordofobia, transfobia, ao classicismo...

A revista cedeu trechos importantes da entrevista feita pela jornalista Milly Lacombe, que participou desta última temporada do Amor & Sexo. Acompanhe:

Fernanda Lima - Foto: Paulo Vainer / Revista Trip 280

"Minha vida mudou quando me dei conta dos meus privilégios, e nem sempre isso foi óbvio. Sou branca, sulista, heterossexual... São muitos lugares de privilégio."

"Não acredito que o ódio destilado nas redes traduza o que essas pessoas são."

"Dói crescer porque a gente confronta pensamentos interiorizados que nem a gente sabia que tinha. "

"Morar fora não me tira o direito de participar das lutas em que eu acredito para construir um país melhor. Minha casa sempre foi e vai ser o Brasil. Trabalho no Brasil, pagos meus impostos no Brasil. O pior seria se eu morasse fora e ficasse calada, não?"

"É preciso ouvir as histórias daqueles que sempre foram calados, perceber outras realidades."

"Eu poderia ter sido uma Barbie. Sou uma mulher dentro dos padrões, tenho um maridão, dois filhos, vivo bem e, se seguisse o recado do mundo, estaria bem quietinha comprando uma casa em Portugal e ninguém me esculhambando nas redes sociais. Mas eu disse para o mundo que não vou por aí. E não acho que sou um ser humano especial por fazer isso. Só estou fazendo o que me parece certo."

"Há seis anos, eu dizia que não sofria com o machismo. Eu realmente achava que não sofria com o machismo. E aos poucos, com a campanha do primeiro assédio e todas essas coisas, fui me lembrando de episódios."

"De repente fui vendo o frentista me pedindo para abrir o vidro do carro para me contar que a mulher dele não gostava de sexo, o porteiro me chamar pra dizer que tinha desejo em homem e que não sabia como lidar... Aí eu falei: 'Meu Deus, que missão eu tenho aqui!'"

Leia a entrevista completa aqui.

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