A adesão a plantas alimentícias não convencionais - as PANCs, como são alguns cactos - é realidade na cozinha contemporânea. Em Pernambuco, ganharam atenção do Instituto Agronômico do Estado, o Ipa, que vai promover o evento "Cultura no Prato é PANCs", com atividades em torno delas, dia 5 de dezembro, das 8h às 17h, no auditório da instituição. O projeto é realizado junto à Secretaria de Cultura do Estado, a Secult.
Na programação, constam oficinas culinárias - sobre a preparação de palma e taioba, por exemplo -, e palestras. Uma delas, "Comer Caatinga é PANC", será ministrada pelo chef Timóteo Domingos, da ONG Gastrotinga. À frente da cozinha-show estará a pesquisadora e professora de cozinha brasileira e pernambucana Ana Claudia Frazão, que é assessora de Gastronomia da Secult e uma das cabeças do evento junto com Francis Lacerda, coordenadora do Ipa.
Celerino Carriconde, expoente da medicina popular por meio de plantas nativas, vai participar abordando os benefícios das PANCs para a saúde. E a professora do Departamento de Bioquímica da UFPE Márcia Vanuza tratará do potencial econômico, além do nutritivo e medicinal.
Mas o que são PANCs mesmo?
PANCs são plantas de desenvolvimento espontâneo, facilmente encontradas em jardins, hortas, quintais e até em calçadas de rua. Muitas das espécies são tidas pela população em geral e também por agricultores como daninhas ou "mato" - e, por isso, são pouco utilizadas na alimentação por falta de conhecimento ou costume. Estudos revelam, no entanto, que as PANCs possuem teores de minerais, fibras, antioxidantes e proteínas significativamente maiores quando comparadas às plantas domesticadas. Elas não são transgênicas e, na maior parte dos casos, são orgânicas.
