Alinne Prado afirma que sua demissão do Vídeo Show foi racismo

Igor Guaraná
Igor Guaraná
Publicado em 19/07/2018 às 15:55
Reprodução/Instagram
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Alinne Prado fez algumas revelações bombásticas acerca de sua demissão do programa Vídeo Show, em 2017. Em 35 anos de existência, a jornalista foi a única negra a apresentar o vespertino. Só agora, ela resolveu desabafar com seus seguidores nas redes, apontando a cor de sua pele como o principal motivo de seu desligamento. "São as chibatadas contemporâneas. Não nos deixam ocupar a sala da casa grande, por mais qualificados que sejamos", disse em seu Instagram.

"Apesar de ser a primeira negra a sentar na bancada do programa, fui demitida sob a justificativa de que, apesar de gostarem muito do meu trabalho, precisavam de alguém mais 'neutro' do que eu. E como estavam passando por um a crise, eles precisavam enxugar o quadro de repórteres (que depois da minha saída aumentou). Nunca falei disso publicamente, mas me dói demais ver isso acontecer", lamentou Alinne.

Invisibilidade Negra

Ela ainda criticou o modo que os negros são inseridos na TV e em nosso imaginário, afirmando não ter nenhuma desavença com as novas contratadas da atração. "Não é nada contra as meninas do Vídeo Show. É contra a colonização do nosso imaginário. Só podemos aparecer na TV se for em situação de subserviência e sofrimento. E sempre como cota. É contra acharmos que não existe racismo. Que tudo isso é mimimi. Enquanto os não negros cruzarem os braços e fecharem seus olhos para isso, continuaremos a ser amordaçados, chicoteados, invisibilizados e mortos. Precisamos de aliados nessa luta. Precisamos de você!", incentivou.

Aproveitando sua publicação no Instagram, ela completou o assunto em seus stories, no qual teceu mais comentários sobre a invisibilidade dos negros na TV. "É a televisão. A gente sabe muito bem o que aconteceu comigo, o que está acontecendo com um monte de gente sendo invisibilizada, a gente não se vê, a gente não vê representatividade. Enquanto a gente não reconhecer no Brasil que existe realmente racismo, que existe esse espaço, esse abismo entre negros e não-negros, a gente não vai mudar isso", finalizou a profissional.

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