Na Sérvia, brasileiro se divide entre a seleção do seu país e a da sua nova casa

Victor Augusto
Victor Augusto
Publicado em 26/06/2018 às 7:00
Thiago Ferreira está na Sérvia há seis anos e comanda vagens e encontro de brasileiros pelo país (Imagens: Cortesia | Reprodução)
Thiago Ferreira está na Sérvia há seis anos e comanda vagens e encontro de brasileiros pelo país (Imagens: Cortesia | Reprodução)

Tem brasileiro dividido entre as torcidas das camisas amarelas e a Sérvia nesse terceiro jogo da Copa do Mundo da Rússia. Thiago Ferreira  partiu para a o país europeu em 2010 com objetivo de encontrar uma namorada que havia conhecido online. Lá, além achar sua amada, encontrou sua segunda pátria. Surpreso e apaixonado pelo país, Thiago fundou um blog chamado Bem-Vindo à Sérvia, que se transformou em uma agência de viagens em 2014.

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"Ao chegar aqui tive uma das maiores surpresas da minha vida. Muita gente no Brasil não tem informações sobre a Sérvia, gerando um certo preconceito por causa do período conturbado de guerras e conflitos pelo qual o país passou na década de 90. Chegando aqui, me deparei com um povo muito hospitaleiro, uma comida deliciosa e um país super-interessante. Me choquei em ver como as pessoas me trataram, com uma alegria sincera e tentando me fazer sentir o melhor possível", relata Thiago Ferreira sobre suas primeiras impressões da nação.

Sabe que conflitos são esses? Vamos de história:

Depois da guerra, chega a qualidade de vida

Apesar de uma história repleta de guerras e conflitos, a Sérvia se encontra em uma boa posição quando o assunto é qualidade de vida. Em 2015, o país atingiu 0,77 no Índice de Desenvolvimento Humano, o que é considerado reflexo de uma qualidade de vida muito alta. Além disso, como Thiago adiantou, os anos difíceis não tornaram os sérvios mais apáticos.

"A qualidade de vida aqui é boa. A economia da Sérvia não é uma economia que se pode comparar com outras economias de países desenvolvidos da Europa. Temos que olhar sob a perspectiva de que esse é um país que se recupera de um período de guerras e governos comunistas. O último ataque aconteceu em 1999, e o país ainda se recupera. A economia cresce, mas o desemprego é alto, o que leva muitos sérvios a pensar em sair daqui para a Alemanha e Suíça, por exemplo. Fora isso, a segurança, a educação e a saúde pública são boas.  Desde que se tenha uma boa fonte de renda, aqui é um ótimo local para se viver", explica Thiago.

Brasileiros pela Sérvia

"Estou na Sérvia há seis anos e o processo de adaptação não foi difícil. Como eles são muito hospitaleiros e calorosos, não tive um choque cultural muito grande. Aqui eu costumo juntar bastante os brasileiros. Apesar de sermos poucos, a gente se encontra bastante aqui", conta Thiago. Ele, por sua vez, compartilhou vários momentos desses encontros.

Tiago Ferreira e grupo de brasileiros em frente à igreja do São Sava em Belgrado, a maior igreja ortodoxa do mundo (Imagem: Cortesia) - Tiago Ferreira e grupo de brasileiros em frente à igreja do São Sava em Belgrado, a maior igreja ortodoxa do mundo (Imagem: Cortesia)
Em frente à maior igreja católica da Sérvia, na cidade de Novi Sad (Imagem: Cortesia) - Em frente à maior igreja católica da Sérvia, na cidade de Novi Sad (Imagem: Cortesia)
Fortaleza de Golubac (Imagem: Cortesia) - Fortaleza de Golubac (Imagem: Cortesia)
Fortaleza de Petrovaradin (Imagem: Cortesia) - Fortaleza de Petrovaradin (Imagem: Cortesia)
Torre de Gardos em Belgrado (Imagem: Cortesia) - Torre de Gardos em Belgrado (Imagem: Cortesia)
Vilarejo de Sirogojno (Imagem: Cortesia) - Vilarejo de Sirogojno (Imagem: Cortesia)

E o Futebol?

"Eles gostam, acompanham e torcem muito no futebol mas não são muito bons", brinca Thiago Ferreira sobre a afinidade dos sérvios com a bola. "Inclusive, eles conhecem muito sobre o futebol brasileiro, mais do que eu", completa o empresário, rindo da situação.

Sobre sua torcida para o jogo desta quarta, ele fica no meio termo: "Não posso negar que vou torcer para o nosso Brasil. Hoje em dia eu considero a Sérvia minha segunda pátria e, inclusive, falta pouco para conseguir minha cidadania, mas vou torcer pelo país onde nasci. Porém se a Sérvia ganhar, não vou ficar triste. Vai ser interessante ver os sérvios comemorarem aqui de perto, apesar de que seria bastante zoado com a derrota".

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