Nadia Bochi, repórter da Globo, se assume lésbica e revela que sofreu assédio de chefe

Victor Augusto
Victor Augusto
Publicado em 07/06/2018 às 8:27
Reprodução /  Instagram)
Nádia Bochi é casada com Silvia Henz desde 2020 - FOTO: Reprodução / Instagram)

A TV tem ficado mais humanizada, assim como as pessoas que trabalham com ela. Quem via e ouvia Fátima Bernardes há alguns anos poderia imaginar que a jornalista do Jornal Nacional iria rebolar ao vivo? Pois é, os repórteres da Globo se tornaram mais abertos sobre sua vida. Nesse sentido, Nadia Bochi, jornalista que faz parte do programa Mais Você, assumiu sua homossexualidade na sua página do Linked in. Além disso, revelou que já foi assediada por um chefe da empresa.

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"Me reconheci lésbica numa época em que ser homossexual não tinha nenhum glamour. Não existia beijo gay nas novelas, pelo contrário as lésbicas explodiam junto com os prédios. Aliás, até no cinema era difícil demais encontrar algum tipo de casal que me representasse. Tive que inventar o imaginário que não existia fora da ficção, bem lá na realidade crua onde a palavra homossexualismo ainda era nome de doença, segundo a Organização Mundial de Saúde. Parece distante, mas isso tudo foi ontem, nos anos 90. Década em que comecei a trabalhar como jornalista em um dos canais de TV a cabo mais importantes do mundo (a HBO) e tive o a oportunidade de descobrir que era possível ser gay e viver fora do armário", iniciou Nadia Boc?i.

Apesar das barreiras, Nádia se demonstrou corajosa para amar: "“Num país desigual, onde mais se mata homossexuais no mundo, sou consciente da sorte de ter descoberto, com 19 anos que era possível viver a minha sexualidade sem medo e tenho feito isso até hoje em todas as minhas relações afetivas. Levo essa coragem pra todos os lugares, porque felizmente aprendi cedo que é possível ser livre".

Assédio

"Algumas vezes tive que colocar a prova minhas convicções. Enfrentei situações de assédio, como a maioria das brasileiras. E acreditem, quando isso acontece com uma mulher lésbica a violência é muito cruel porque além do ato ser machista é homofóbico. Lembro da vez triste em que fui assediada por um chefe que insistia em, além de me beijar, questionar minha escolha de amar mulheres. Não permiti que o beijo acontecesse. Principalmente não deixei que aquele ato de violência colocasse em dúvida quem eu era. E mais uma vez, sei e reafirmo que tive muita sorte", escreveu Nádia Bochi, sem revelar o nome do assediador.

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