Ícone do Samba, Dona Ivone Lara morre aos 97 anos

Victor Augusto
Victor Augusto
Publicado em 17/04/2018 às 8:41
Dona Ivone Lara deixa legado para o Samba (Imagem: Divulgação / Reprodução)
Dona Ivone Lara deixa legado para o Samba (Imagem: Divulgação / Reprodução)

Dona Ivone Lara fez aniversário na última sexta-feira (13) e as paredes do Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) da Coordenação de Emergência Regional (CER), no Rio de Janeiro, foram as primeiras imagens que viu com a idade nova. Ela foi internada na mesma data em que completou 97 anos e, três dias depois, não resistiu. Ela faleceu na noite dessa segunda-feira (16) por insuficiência cardiorrespiratória.

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"Ela estava sempre procurando um caderninho pra escrever uma música, estava sempre cantarolando pro neto. Até a última semana ela estava super bem, com a cabeça ótima. Ela estava muito fraquinha, mas a cabeça estava ótima", contou a nora de Dona Ivone Lara, Eliana Lara Martins da Costa, ao G1.

Ivone já havia apresentado um quadro de anemia, chegando a precisar de doações de sangue. Seu filho, Alfredo Lara da Costa, também falou com o portal sobre a morte da mãe: "Vai deixar muita saudade, mas sinto muito orgulho do legado que ela deixa".

Dona Ivone Lara, vida e morte no Samba

Ivone Lara nasceu no Rio de Janeiro. Desde os primeiros meses de vida pôde acompanhar o som do pai violinista e da mãe pastora de blocos. Foi criada pelos músicos até os 6 anos, idade em que virou órfã. Seus pais deixaram como herança o gosto pela som, desenvolvido com aulas de música com ninguém menos que Lucília Guimarães, pianista e professora de música brasileira brasileira que foi casada com Heitor Villa-Lobos.

Compondo seu primeiro samba aos 12 anos, aprendeu a tocar cavaquinho aos 17 e aos 25 começou a frequentar a escola de samba Prazer da Serrinha. Lá, ascendeu e conheceu nomes como Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira. Enfrentando o preconceito racial e sexista, mais cruel na época, Ivone Laura conseguiu entrar no clube de compositores de sambas=enredos.

Em 1947, ela seguiu compondo suas famosas músicas que desmascaram e denunciam o preconceito vigente na sociedade brasileira. Apesar de talentosa, ela foi obrigada a dividir seu tempo entre a dedicação à música e à enfermagem, de onde tirava seu sustento.

Em 1974 gravou seu primeiro álbum e, três anos depois, ficou conhecida nacionalmente pela música Sonho Meu, um dos grandes sucessos da sambista, que também foi gravado por Gal Costa e Maria Bethânia. Com a repercussão, se firmou como uma das maiores compositoras das últimas décadas.

Artistas nacionais fazem homenagens para Dona Ivone Lara

Nomes como Mumuzinho, Gloria Perez, Arlindo Cruz, Daniela Mercury, Vanessa da Mata e Dudu Nobre deixaram suas homenagens nas redes sociais para a grande sambista.

https://twitter.com/gloriafperez/status/986084546314678273

https://twitter.com/danielamercury/status/986106125601923072

https://twitter.com/MumuzinhoC/status/986176802682015744

https://twitter.com/vanessadamata/status/986163832623124480

 

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