"Perdi alguns trabalhos", revela Bruna Linzmeyer sobre quando tornou público que é lésbica

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 27/03/2018 às 14:54
Bruna Linzmeyer - Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem
Bruna Linzmeyer - Foto: Dayvison Nunes / JC Imagem

Bruna Linzmeyer virou notícia, recentemente, ao postar foto em que aparece beijando a namorada, Priscila Visman, durante manifestação no Rio em protesto ao assassinato de Marielle Franco. A postagem foi a mais curtida no perfil da atriz no Instagram - são mais de 138 mil likes! Nesta segunda (26), em bate-papo sobre feminismo, Bruna contou ao Social1 sobre a repercussão desde que tornou público que é lésbica. "Quando veio a público que eu sou uma mulher lésbica, alguns trabalhos publicitários foram cancelados", revela. Mas, importante, relata que o posicionamento também lhe trouxe convites: "Muitos trabalhos chegaram porque eu me coloquei nesse lugar que é meu".

Que nem houve na repercussão em torno do ator Hugo Bonemer, que numa entrevista corrigiu o repórter ao dizer que namorava um ator, Bruna Linzmeyer fala da importância de representatividade, ou seja, de pessoas públicas que, assumidas, causem identificação em outras pessoas. "Se a gente começa a naturalizar uma coisa que é natural, isso vaza para uma sociedade inteira. É preciso falar com naturalidade sobre uma coisa natural", enfatiza a atriz que, neste ano, ganha as telas de cinemas em quatro filmes: O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues; O Banquete, de Daniela Thomas; O Que Resta, da Fernanda Teixeira, e Partiu Paraguai, de Daniel Lieff.

Leia na íntegra o que Bruna Linzmeyer nos falou:

Quando veio a público que eu sou uma mulher lésbica, eu perdi alguns trabalhos. Alguns trabalhos publicitários foram cancelados, mas logo depois as coisas se reencaixaram. Muitos trabalhos chegaram, também, porque eu me coloquei nesse lugar que é meu. E que, pra mim, é muito natural. Nunca teria como ser de outro jeito.

Eu digo que é um ato político eu me dizer 'sou uma mulher lésbica', porque a gente precisa falar sobre isso. É através dessas caixinhas [rótulos] que a gente conversa sobre elas. E é representatividade. Eu olho pra Marielle, por exemplo, e ela era uma mulher lésbica. Além de ser uma lutadora dos direitos humanos, das pessoas que moram na favela, preta, favelada, ela também era lésbica. Eu quero olhar para pessoas lésbicas no poder, fazendo coisas.

Muitas pessoas chegam até mim falando desse lugar [de representá-las], dizendo 'foi a partir de uma entrevista sua que eu consegui conversar com a minha mãe, porque eu também sou lésbica', sabe? Então, se a gente começa a naturalizar uma coisa que é natural, isso vaza para uma sociedade inteira. É preciso falar com naturalidade sobre uma coisa natural.

Bruna Linzmeyer

LEIA TAMBÉM: "A causa feminista é uma causa humana. O machismo oprime também os homens"

Últimas notícias