"As novelas não têm grandes representantes negros", diz Érika Januza para revista

Victor Augusto
Victor Augusto
Publicado em 13/03/2018 às 11:06
Érika Januza (Imagem: Reprodução)
Érika Januza (Imagem: Reprodução)

Brilhando com o papel da juíza Raquel, em O Outro Lado do Paraíso, Érika Januza revela que, assim como sua personagem, também enfrentou o racismo em diversas áreas da sua vida.

Na trama, Raquel precisou passar por cima de racistas desconhecidos e conhecidos, como os da família do seu namorado, Bruno (Caio Paduan). Alguns parentes do galã não aceitavam seu relacionamento com uma mulher negra e conseguiram separá-los. Em entrevista ao site da Capricho, ela falou sobre racismo dentro e fora das telinhas.

LEIA TAMBÉM: Ana Flavia Cavalcanti: atriz dá voz a mulheres negras e empregadas domésticas

"O Brasil é um país racista. Há um discurso de que não é, mas isso não é verdade. A dramaturgia não tem grandes representantes negros. Por isso, é tão importante estar aqui contando essa história. Sinto que já demos um passo à frente, que as portas se abriram e que eu pude passar por essas portas, assim como outras atrizes passaram", disse Érika Januza.

Questionada sobre seu sentimento ao saber de histórias de preconceito, ela comenta: "Eu passei por diversas situações de preconceito. Engolia aquela situação, chorava e a vida seguia. Mas hoje já não é mais assim. A criança negra já sabe responder e se identifica com a imagem dela porque vê uma atriz na novela igual a ela. Às vezes, algumas mães chegam perto de mim e falam: ‘nossa, a minha filha tinha vergonha do cabelo dela, mas estou feliz porque ela está te conhecendo, vendo que o seu cabelo é bonito’. São muitas histórias incríveis".

Últimas notícias