O grande Carnaval da Marquês de Sapucaí está passando por maus bocados. É que além da redução da subvenção da prefeitura e das interdições dos barracões por fiscais do Ministério do Trabalho, os ingressos estão encalhados. Faltam menos de duas semanas para o início das festividades e há uma previsão, da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), de que oito mil ingressos de arquibancadas (quatro mil por dia) sobrem. Isso é o equivalente a 10% da oferta. É algo inédito, já que os ingressos esgotaram por dois anos consecutivos, nas últimas edições.
Havendo a confirmação, os desfiles do Grupo Especial terão o pior resultado, desde que a Marquês de Sapucaí foi ampliada -
construindo, em 2012, novas arquibancadas no setor par. A sugestão da Liesa, para retornar a situação, é colocar à venda cargas limitadas de ingressos para todos os setores, não liberando todas as vagas disponíveis ao mesmo tempo. Em tempo, este é o primeiro ano que o grupo antecipou o início das vendas para novembro e passou a aceitar cartões de crédito para pagamentos pela internet.
"Entendo que o turista mudou seu foco e não tem mais tanto interesse pela Sapucaí. Ano após ano, a cena mais comum nas arquibancadas do setor 9 é ver os gringos perdendo o interesse pelo que acontece na pista, a partir da terceira escola de samba. Como destino turístico, o Rio está sendo procurado. A expectativa é que chegaremos no carnaval com 90% de leitos de hotéis ocupados. Hoje, estamos com 75% das vagas reservadas na Barra e 80% na Zona Sul. Logo, o encalhe dos ingressos para os desfiles não pode ser explicado pela falta de turistas", explica Alfredo Lopes, presidente regional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ).
