Pitombas do Amor leva brega recifense para Curitiba

Três recifenses estão longe de sua terra, em Curitiba, morrendo de saudade do frevo e do brega feito aqui.

O que eles fazem: choram e lamentam ou se juntam e criam um bloco e uma banda? A resposta, claro, é a segunda alternativa.

Da saudade e inquietação surgiu o bloco Segura o Curitiba, que depois deu vida ao grupo Pitombas do Amor, que vem arrasando no cenário LGBT da capital paranaense.

"Pitombas do Amor... A gente tem aquela sacada nordestina, de sátira e do duplo sentido. Somos aquela fruta que se chupa até o caroço. Nós queremos algo nordestino e erótico, já que a banda é formada por gays nordestinos pobres. Quando a gente canta, tentamos expor nossa realidade. O nosso público, o LGBT, se identifica com isso", explica Leo, uma das 'pitombas'.

Do Recife ao Pará

Leonardo Sodi (Leo) se mudou do Recife para Curitiba em maio de 2013. Cristóvão (Cris), seu amigo desde os tempos na capital pernambucana, foi visitá-lo em dezembro do mesmo ano e acabou ficando. Camila Brandão, que completa o trio, chegou na capital paranaense há um ano Quando os três se encontraram, foi difícil se conter, principalmente por que Leo e Cris já estavam com saudades do frevo há quatro carnavais.Foi quando nasceu o bloco Segura o Curitiba e, meses depois, a banda de brega LGBT Pitombas do Amor."Apesar de ter Carnaval em Curitiba, o pessoal não é acostumado com o frevo. Nosso bloco é o único que se dedica ao ritmo na cidade. Nossa primeira apresentação foi no Carnaval do ano passado, e foi surpreendente. No primeiro dia em que saímos, tinham cerca de mil pessoas nos acompanhando", relata Cris.

A saudade e a resistência que originaram o bloco e a banda acompanham o grupo a cada apresentação.

"A gente se preocupa muito com isso, de passar para as pessoas o que o músico está sentindo", comenta Cris.

Se a força da saudade e da vivência são as inspirações internas, as influências musicais vão de Reginaldo Rossi e Michelle Melo a Johnny Hooker.

A Pitombas do Amor conseguiu abrir seu espaço no cenário cultural alternativo de Curitiba. Atualmente, é apresentação certa na festa mensal Samba Viado.

Além disso, o trio, com meses de carreira, já cantou até na Parada Gay da capital paranaense.

O objetivo agora é conseguir algum contrato que permita aos integrantes se apresentarem no Recife, cidade onde nasceram e de onde tiram a inspiração para o ritmo que levam adiante.