Na confecção do futuro, você poderá customizar sua roupa e recebê-la em meia-hora

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 22/01/2018 às 20:00
Foto: Divulgação
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É possível que logo, logo, ao comprar uma roupa, você consiga customizar a peça ao seu gosto e recebê-la em meia-hora. Mais precisamente, são 25 minutos desde o pedido até a costura. É o que promete uma planta de confecção desenvolvida pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT) do Senai. Ainda protótipo, a invenção traz um painel digital que faz as vezes de uma loja: a pessoa se posiciona em frente a ele, escolhe uma das modelagens pré-prontas (por ora, há calça, capri, corsário e legging), e personaliza a peça com as cores e estampas disponíveis.

O look já customizado segue para a fabricação. Uma máquina corta o tecido. A costureira entra em cena somente na costura, de fato.

Esse modelo de produção foi apresentado na primeira edição deste ano do salão de design Inspiramais, que ocorreu nos dias 16 e 17 em São Paulo. A ideia está alinhada ao conceito da Indústria 4.0, também conhecida como "a quarta revolução industrial". Nesse momento, os processos manufaturados - como são os têxteis - deverão se tornar mais eficientes, autônomos e customizáveis, a partir de tecnologia e conectividade.

Entenda o processo:

"Qualquer consumidor torna-se designer"

O engenheiro Robson Wanka, à frente do projeto do Senai, defende a invenção por mais de um motivo. Primeiro, ele valoriza o fato de que o protótipo permite ao consumidor decidir sobre o que vai vestir: “Você define a roupa e pode se ver dentro dela. Ou seja, qualquer consumidor torna-se designer”. E ainda enfatiza a redução de tempo e de espaço para produzir. "A pessoa pode ter uma fábrica do tamanho de um apartamento de 90 metros quadrados", conta, explicando que não haveria necessidade de estocar nem insumos nem roupas - afinal, só se produz por demanda.

A proposta desta planta de confecção também sugere o uso de apenas um tecido. À base de poliéster e elastano, com acabamento antibacteriano, o tecido é tingido através de uma tecnologia que utiliza papel, ao invés de água, numa solução sustentável.

Sobre a redução de mão de obra, Wanka analisa: “Há uma transição do modelo tradicional para outro em que as costureiras assumem um papel de gestão. Na Europa, mesmo, já é comum uma família montar sua minifábrica em casa e, ainda assim, ser competitiva no mercado."

Repórter viajou a convite da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), que realiza o salão Inspiramais.

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