Eliane Giardini teme repercussão de personagem racista em novela: "não quero apanhar na rua"

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 13/11/2017 às 14:27
Eliane Giardini (Foto: Reprodução)
Eliane Giardini (Foto: Reprodução)

Intérprete da uma dondoca racista Nádia na novela O Outro Lado do Paraíso, a atriz Eliane Giardini teme a repercussão da sua personagem nas ruas. "A Nádia fala barbaridades vestida de azul bebê, é muito barra pesada. Estou sofrendo um pouco de fazer. Ela é tão sem noção. Não quero apanhar na rua. Não quero que as pessoas confundam a esse ponto", disse a atriz veterana ao jornal O Dia.

Raquel (Érika Januza) em cena com Nádia

"Ela é preta e pobre". "Vai trazer todo aquele quilombo aqui para casa". "Neto preto eu troco no berçário" e "não sou preconceituosa". Essas são só algumas das frases ditas por Nádia, que não se cansa de humilhar a emprega Raquel (Erika Januza), na trama. Eliane diz que a novela das 21h, de autoria de Walcyr Carrasco, é um cardápio recheado de mazelas humanas e que é importante tratar desses temas que muitas vezes estão velados. "O nosso país é muito racista e muito violento. Mas estamos vivendo um momento de reeducação muito forte".

Na trama, Raquel e Bruno planejam casamento

No capítulo de amanhã, a madame dará um novo piti ao descobrir que o filho, Bruno (Caio Paduan), pretende se casar com Raquel. O marido, o juiz Gustavo (Luis Melo), não fica atrás. A dondoca: "Casar com negra, não casa". O companheiro diz: "Bebê, não fala assim. É contra a lei, é racismo. Mas, meu filho, ela é só uma doméstica. É só para pegar". Bruno entra na discussão. "Se é negra, se é doméstica, que importa? Eu amo a Raquel. Ela me ama", afirma. O pai fala que existe um desnível grande de educação entre os dois. Bruno pergunta que diferença isso faz se eles se gostam. Nádia encerra a conversa: "Podem me chamar do que quiserem. Com uma negra você não casa. É racismo. Manda me prender, doutor juiz. Mas com negra meu filho não casa", avisa.

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