Filho de Antônio Fagundes relata frustração de atuar em novela: "Processo difícil"

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 09/09/2017 às 12:30
Bruno Fagundes /Foto: Reprodução
Bruno Fagundes /Foto: Reprodução

Bruno Fagundes, filho de Antônio Fagundes, relatou à revista Veja, em uma entrevista publicada na última sexta-feira (8), sobre a experiência de atuar em uma única novela. Em 2014, o ator protagonizou 'Meu Pedacinho de Chão', escrita por Benedito Ruy Barbosa, ao lado do pai.

"Foi um processo difícil para mim, eu assumo. Em seguida, apesar de a novela ter ido bem e meu personagem ter recebido boas críticas, eu não tive a oportunidade de fazer nem mesmo um teste. Isso me frustrou, porque acho que entreguei um bom trabalho. Então, decidi voltar para onde eu me sentia seguro, que era o teatro", contou.

"Fiz uma novela das 6 (Meu Pedacinho de Chão) em 2014 e foi uma experiência de dor e de delícia. Aprendi muito, fiz um personagem relativamente grande, mas muito dolorido, porque foi a primeira vez que eu lidei com a pressão da TV, da obrigação de se ver todo dia. Foi difícil", disse quando questionado sobre preferir atuar no teatro.

Pai e filho dividiram cenas em Pedacinho de Chão /Foto: Reprodução

O ator ainda falou sobre os bastidores de Sense8 e 3%, produções da Netflix, onde fez pontas: "Cheguei com humildade ao set, em um hotel na zona sul de São Paulo, achando que ninguém saberia o meu nome. Foi o oposto. Fui tratado com carinho e respeito, algo que eu nunca experimentei no Brasil. Nunca, nunca, nunca. Era uma equipe de 120 pessoas, de diferentes nacionalidades, e todo mundo me chamando pelo nome. "Bruno, você está confortável?", "Bruno, você quer comer alguma coisa?". Fiquei muito surpreso com o cancelamento da série".

Bruno falou sobre a Lei Rouanet, da qual ele e Fagundes são abertamente contra. "É uma posição ideológica. A gente vê muitos colegas que ficam dependentes da lei, da aprovação do governo e de buscar patrocínio de uma empresa. Meu pai fala disso há anos: a lei de incentivo, a Rouanet, deturpou o mercado teatral. Quando você tem uma grande empresa patrocinando, você, como artista, não se preocupa tanto com o resultado – afinal, o espetáculo está pago. A nossa opção é reduzir os custos para que a bilheteria sustente a peça. Agora, com a lei que limita a meia-entrada, está mais fácil. Antes, chegamos a ter 90% de meia-entrada", finalizou.

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