20 anos sem Diana: relembre a história da "Princesa do Povo"

Anneliese Pires
Anneliese Pires
Publicado em 31/08/2017 às 11:17
Princesa Diana
Princesa Diana

No dia 31 de agosto de 1997, morria a princesa Diana, aos 36 anos. Ao lado do namorado, Dodi al-Fayed, a bela de olhos azuis, ícone de estilo, deixou o mundo de luto quando a limusine que os levava colidiu em um túnel de Paris, tentando fugir de fotógrafos que os perseguiam de moto. Primeira esposa do príncipe herdeiro, Charles, Diana era a deslumbrante princesa no centro de uma verdadeira novela da família real exibida pela mídia, o que provavelmente a tornou a mulher mais reconhecida de todo o mundo. Sua morte causou as maiores manifestações públicas de luto vistas no Reino Unido no passado recente, e desde então poucos cativaram o mundo como ela.

20 anos depois, a emissora britânica BBC lançou um novo documentário sobre a "princesa do povo": "Diana, 7 Days". A produção contatou políticos, familiares, amigos e outras figuras relacionadas à Lady Di para contarem sobre a semana após a morte dela. Tony Blair, ex-primeiro -ministro do Reino Unido e os príncipes William e Harry são alguns dos entrevistados.

Diana entre os filhos Harry e William

Os príncipes William e Harry falaram, pela primeira vez, sobre a forma que receberam a notícia da morte da mãe, Princesa Diana, em 1997, depois de um grave acidente de carro. De acordo com o DailyMail, os irmãos comentaram sobre as dificuldades em estarem presentes no funeral da mãe. William, por exemplo, relevou que só “queria ir para o quarto e chorar”. Na época da tragédia, o mais velho tinha 15 anos e Harry, apenas 12.

“Uma das coisas mais difíceis para um pai fazer é dizer aos filhos que outro familiar morreu, mas ele estava ali por nós. Ele tentou dar o seu melhor e nos garantir que seríamos cuidado. Ele também estava passando por um momento de luto”, declarou Harry.Já o marido de Kate Middleton revelou que se sentiu muito confuso e desorientado.“Eu lembro de me sentir anestesiado e ficar me perguntando: ‘Por que eu? O que eu fiz?’”, contou.

Diana com William no colo ao lado do Príncipe Charles

Na produção, os príncipes também falaram da coragem da avó, a rainha Elizabeth II, que teve que lidar com críticas por ficar no castelo com os netos.“Acredito que tenha sido uma decisão muito difícil. Ela estava dividida entre ser nossa avó e cumprir o papel de rainha”, declarou William.Para o pai de George e Charlotte, ficar atrás do caixão da mãe foi a coisa mais difícil que fez.“Eu me escondia debaixo da minha franja, eu tinha muito cabelo, fiquei com a cabeça baixa”, disse. Harry afirmou que, depois da morte de Diana, nunca mais chorou em público.

HOMENAGENS 

Desde o começo da semana, flores e cartões se acumulam em frente ao palácio de Kensington, onde Diana vivia em Londres. O palácio de Kensington, no entanto, não confirmou nenhum ato oficial previsto para marcar os 20 anos da morte, segundo a agência AFP. Os príncipes herdeiros, William e Harry visitaram na quarta-feira (30) um jardim criado em sua homenagem no palácio de Kensington e participaram de um encontro com representantes de organizações beneficentes que ela apoiava.

CASAMENTO E SEPARAÇÃO

Em 29 de julho de 1981, o mundo inteiro parou para conferir o casamento de Príncipe Charles e a Princesa Diana se tornaram marido e mulher.

Os 500 milhões de pessoas que acompanharam, pela TV, o casamento de Lady Di com o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, já não se sentiam testemunhas de um conto de fadas. Mas tiveram a confirmação oficial quando, em dezembro de 1992, o primeiro-ministro John Major anunciou na Câmara dos Comuns, também com transmissão ao vivo para todo o mundo, a separação.

No dia seguinte ao casamento, Charles deixou a mulher de 21 anos no palácio para ir pescar. No ano seguinte, ignorou sua depressão pós-parto depois do nascimento de William. Quando nasceu o segundo filho, Harry, o casamento se mostrava deteriorado. Diana, infeliz, desenvolveu uma bulimia nervosa e chegou a tentar algumas vezes o suicídio, o que só viria a público mais tarde.

Cinco anos depois do casamento, Charles não se dava ao trabalho de disfarçar que voltara para os braços de Camilla Parker-Bowles, de quem fora namorado. Em março de 1992, chegou em cima da hora ao enterro do pai da princesa e partiu logo depois da cerimônia, sem dar atenção especial à mulher.

A vingança de Diana demorou, mas trouxe enorme ressentimento. O primeiro capítulo do que a mídia chamou de "novela real" foi a sua autorização para que os amigos se deixassem entrevistar pelo jornalista americano Andrew Morton, que em junho de 1992 publicou o livro "Diana: sua verdadeira história", narrando o inferno em que vivia a princesa. Além disso, ela não se esforçou para abafar ou negar o caso extraconjugal que tivera com o major James Hewitt, instrutor de equitação dos filhos, que chegou aos tablóides sensacionalistas em setembro.

Foi a partir desse romance que surgiu uma outra Diana, mais segura e bonita, frequentadora de academias, que ofuscaria o marido com sua presença. A "rainha no coração do povo", como era chamada, já amadurecera quando obteve a "separação amigável". Quatro anos depois, em 1996, ela concordaria com o divórcio, renunciando ao título de Alteza Real mas mantendo o de princesa de Gales. Além disso, receberia o equivalente a US$ 23 milhões.

NOVO AMOR 

Diana conheceu o milionário Dodi al Fayed em 1986, quando ainda era casada com o príncipe Charles. Na época, os dois não nutriam nenhum envolvimento romântico. Porém, em 1997, um ano após o divórcio que marcou a história da família real, os dois voltaram a se reencontrar. Al Fayed convidou Lady Di e seus dois filhos para uma viagem de barco em seu iate pelo sul da França. Logo depois, Diana passou outro período viajando com o produtor, quando foram fotografados se beijando pela primeira vez.

ÍCONE DE ESTILO 

A Princesa Diana não se restringia a vestidos simples e monótonos - usou tons garridos, combinou cores que só os mais arrojados arriscavam vestir (o look de saia roxa com casaco vermelho ficou imortalizado na sua visita ao Taj Mahal), os decotes e as saias curtas não a assustavam muito menos os fatos e já arrasava em athleisure (união do estilo desportivo com o casual) antes mesmo de virar tendência este ano. O protocolo da realeza nunca a impediu de criar o seu próprio estilo, nem sequer a obrigou a usar luvas - acessório supostamente indispensável.

O seu guarda-roupa incluía peças exclusivas de famosos designers como Jacques Azagury, Elizabeth Emanuel, que criou o seu vestido de noiva e outros quantos vestidos de cerimónia, Victor Edelstein que lhe desenhou um vestido offshoulder azul escuro em veludo que a princesa usou com um choker de pérolas, e Catherine Walker, que a acompanhou durante a maior parte da sua vida pública e assinou muitos dos seus looks icónicos, entre outros nomes bastante conhecidos como Ralph Lauren e Valentino. Mas a sua transformação de estilo deveu-se à stylist Anna Harvey, com cerca de 30 anos de carreira nas publicações da Condé Nast.

ACIDENTE 

Diana morreu em 31 de agosto de 1997, quando o carro onde estava com seu namorado, o milionário egípcio Dodi al-Fayed se chocou contra o pilar do Túnel Alma em Paris. O acidente, segundo investigações da polícia britânica, foi causado por excesso de velocidade e pela embriaguez do motorista, Henri Paul. O único sobrevivente da tragédia foi o guarda-costas da princesa Trevor Rees-Jones, que estava no banco do carona. Paul e Dodi morreram na hora. Diana e seu guarda-costas foram socorridos e levados para um hospital. Ela morreu poucas horas após dar entrada no Hospital Pitie-Salpetriere, em decorrência de uma hemorragia interna, severos ferimentos no tórax e na cabeça, e lesões pulmonares.

Na semana em que sua morte completa duas décadas,o médium Ryuho Okawa, deu uma declaração de que a princesa morta tem uma mensagem para o mundo. Okawa é líder espiritual da seita Happy Science, com base no Japão. Ele garante ter conversado com o espírito de Diana no começo de julho. A “entrevista” que ele alega ter feito estará em livro que ele planeja lançar em breve.

Nas mensagens atribuídas por ele a Diana — e que já foram divulgadas —, a princesa fala sobre seu acidente, sobre o destino da monarquia britânica e até sobre Kate Middleton, casada com seu filho William.

Veja trechos da suposta entrevista:

Sobre o príncipe Charles

“No começo, ele me amava. Mas depois do casamento, ele não tinha amor verdadeiro porque a minha beleza era apenas um acessório”

Sobre Kate Middleton

“Catherine é muito boa comigo. Sinto isso”

Sobre a Rainha e a possibilidade do filho William ser rei

“Ela [rainha] é talvez uma grande mãe. Mas ela é a última, a última luz da Inglaterra. Receio que a Inglaterra experimente outra revolução. Assim, não posso imaginar que a Família Real exista pra sempre”

Sobre o acidente de carro que causou sua morte

Em um primeiro momento, Okawa lembra o acidente e pergunta a Diana se ela tem alguma memória da ocasião. Essa é a resposta que o médium diz ter obtido:

“Houve um acidente de carro e eu fui levada a um hospital. Eu dormia, dormia, dormia, mas ainda estava viva”.

Na sequência, o médium afirma que Diana é um fantasma e recebe, segundo ele, ela reação:

“Não! Céus, não! Não, não, não, não, não! Não gosto de fantasmas! Não, não, não, não! É um sonho, um pesadelo! Eu tenho um túmulo na Inglaterra, é claro, mas não vivo nesse túmulo!”

HERANÇA

Em seu testamento original, feito em 1993, Diana definiu que seus herdeiros, os príncipes William e Harry, recebessem o valor total de sua herança quando completassem os 25 anos. Mas três meses depois do falecimento, autoridades britânicas alteraram a idade necessária para que os jovens, na época com 15 e 12 anos, para os 30 anos. Enquanto os filhos não atingiam a idade determinada, a herança era gerenciada por administradores locais, que também forneciam a eles uma quantia mensal necessária à sua sobrevivência.

O documento também trouxe o desejo da princesa de que a educação de seus filhos fosse acompanhada de perto por sua mãe, Frances Shand Kydd. A orientação era de que ela fosse consultada com frequência sobre a educação dos netos.

Em 1997, quando Lady Di faleceu, sua fortuna foi avaliada em 21 milhões de libras, cerca de R$ 85,6 milhões. O valor era dividido em ações, joias e vestidos, além de uma quantia recebida pela princesa após seu divórcio. Depois de descontados os impostos, o valor foi de 12,9 milhões de libras, cerca de R$ 52,6 milhões e cada filho recebeu metade do valor, somado aos juros, correções e rendimentos. Diana também deixou 95 mil libras para o mordomo Paul Burrel, seu amigo pessoal.

 

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