Lea T participa de programa de TV pela primeira vez com o pai, o ex-jogador Toninho Cerezo

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 05/07/2017 às 9:56
Foto: Divulgação/ Gshow
Foto: Divulgação/ Gshow

Leandra Medeiros Cerez, estilista e modelo transexual brasileira, participou do Conversa com Bial, de Pedro Bial, dessa terça-feira (4). Ao lado do seu pai, Toninho Cerezo, um dos jogadores de futebol mais conhecidos do país, ela falou da sua carreira e dos obstáculos que precisou superar durante todo o processo na indústria da moda.

Nos jogos de futebol

Toninho ao lado dos filhos. Foto: Reprodução

Inicialmente, Lea relembrou a época que acompanhava o pai nos jogos de futebol. Toninho revelou que ela nunca se interessou pelo esporte. "Eu levei ela para assistir ao jogo do Corinitinhas e São Paulo e ela dormiu no estádio", relembrou seu pai, que participou de um programa de TV com a filha pela primeira vez.

A mudança no sobrenome

Questionada por Bial do motivo que levou a mudança no seu sobrenome, já que a modelo passou a usar Lea T, ela explicou: "Na época que a gente começou, eu não queria ser dita que era filha de Cerezo, porque não queria expor meu pai nessa situação. Eu não sabia, na época, se meu pai e minha mãe iam me aceitar. Então, eu vivi o que todas as meninas vivem em certo aspecto, aquele medo da aceitação da família", relembrou a modelo.

Foto: Reprodução

"Eu já desconfiava pelo comportamento dela (...) e pela minha experiência eu imaginava: 'Ele vai ser gay, pronto acabou'. Aí depois que, como pai, você é sempre o último a saber né? Ai depois fizeram uma reunião e falaram", falou Toninho. No mesmo momento, Lea falou da decisão de contar aos familiares. "Eu convoquei todo mundo para contar. Eu tinha que achar um emprego e, na época, não tinha emprego para transexual. O que eu escutava das outras meninas é que eu não teria chance, que eu teria que ser prostituta, então fiquei apavorada", disse.

"Será que eu tinha feito algo errado?"

"Eu pensava que Lea ia ser gay e pronto. E não entendia o porquê de ela ser mulher. Será que eu tinha feito algo errado? Num primeiro momento, você imagina que sua filha vai sofrer, é a única coisa que passa na cabeça", revelou Toninho, que chegou a chorar no programa. "Eu tive sorte", apontou Lea T.

Aceitação

Ao falar da aceitação da família, Lea apontou: "Odeio essa palavra aceitar porque eu não fiz nada de errado. Não é porque ele me respeita que faz ele ser uma pessoa iluminada, uma pessoa que respeita o amor. É isso que falta em muitos pais. Muitas meninas não têm esse apoio".

Oportunidades

Johnny Hooker também participou do programa. Foto: Reprodução

"Houve muita resistência no mundo na moda. Quando me vi fazendo comercial para uma marca francesa, na hora eu pensei em todas as meninas que não tiveram essa oportunidade. Então, eu me prometi de levantar essa bandeira e defender essa causa. É muito forte você saber que corre o risco de ter que vender seu corpo porque a sociedade não te dá o direito de trabalhar, de ser uma pessoa com a dignidade que você quer ter. Não que quem faça isso não tenha, mas eu passei por esse aperto", disse Lea em relação às oportunidades na sociedade.

Em tempo, Johnny Hooker também participou do programa. O pernambucano apresentou alguns dos seus sucessos na atração e falou da sua carreira.

Confira a entrevista:

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