"Muitas vezes as pessoas são homofóbicas por ignorância", diz Fernando Grostein, irmão de Luciano Huck

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 21/06/2017 às 10:15
Foto: Carol Caminha/Divulgação-Gshow
Foto: Carol Caminha/Divulgação-Gshow

Fernando Grostein, irmão de Luciano Huck e autor do Quebrando o Tabu, foi o convidado do Conversa com Bial desta terça-feira (20). No programa, o rapaz relembrou o momento em que se descobriu gay e falou da importância do assunto para a sociedade. "Muitas vezes as pessoas são homofóbicas por ignorância. Daí você vê uma marca apoiando, coloca isso na publicidade e isso muda", disse.

 

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"Minha adolescência foi inteira de sofrimento"

"Isso foi só com uns 20 anos. Minha adolescência foi inteira de sofrimento, estranhamento, nada fazendo sentido. Eu fiquei com um amigo desses que gostava muito de futebol. No dia seguinte, ele pediu que eu não falasse para ninguém. Uma coisa que era para ter sido legal, especial, foi um trauma. Isso é uma história de milhões de pessoas", contou.

Fernando falou ainda da possível reação do pai, que morreu há anos. "Meu pai, se estivesse vivo, estaria ao meu lado e me apoiando nisso. Acho engraçado como a gente olha no congresso e tantos políticos totalmente dispostos em se meter na vida íntima dos outros e eles mesmos fazendo as verdadeiras baixarias. Querem legislar a vida privada e fazem da vida pública deles uma verdadeira privada (risos)", continuou.

"Receberam bem, mas foi uma digestão na família. Lembro que o Lu, que amo de paixão, me falou: ‘Você demorou 20 anos pra resolver isso na sua cabeça, a gente precisa de um tempo aqui também para resolver dentro de nós’. A partir daí, ele foi a pessoa mais maravilhosa do mundo. Ele é incrível, junto com o meu padastro, quase como um pai para mim!", disse sobre o apoio da família.

 

Luciano Huck na presidência

 

Sobre a possível candidatura do irmão à presidência, Fernando comentou:"Desejo que ele fique bem próximo da família, amo ele demais, quero ele próximo, é isso que espero pra ele. Infelizmente, estamos vivendo um momento sombrio e perigoso no Brasil, como instinto de irmão, eu quero ele perto da família. Tem tanta gente que estuda administração pública e não está nos partidos, e está na hora dessas pessoas aparecerem."

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