Jornalista com câncer de mama faz ensaio fotográfico com filhos

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 16/06/2017 às 18:06
"Eu amo sorrir. E só sei que daqui pra frente, isso é o quero mais fazer", diz Juliana. Foto: Deborah Ghelman
"Eu amo sorrir. E só sei que daqui pra frente, isso é o quero mais fazer", diz Juliana. Foto: Deborah Ghelman

A jornalista pernambucana Juliana Chaves não imaginava que em pouco mais de três meses sua vida mudaria tanto. Nesse tempo, ela descobriu, aos 38 anos, um câncer em um dos seios. Passou por uma adenectomia (quase uma mastectomia), entrou num tratamento de quimioterapia e agora parte para a radioterapia. Viver isso tudo com uma filha de menos de dois anos e um filho de cinco não foi fácil. "A notícia é avassaladora. O câncer, para mim, era o 'fim do mundo'. Afinal, perdi minha mãe para esta luta aos 15 anos; poucos dias antes a minha avó materna havia falecido da mesma doença; e seis meses depois, a minha tia materna. Então, dá para imaginar, né?", desabafou Juliana.

Em meio a esse turbilhão, ela recebeu um convite: ser fotografada por Deborah Ghelman, especialista em fotos de família e bebês. "Logo careca?! Sim, o desafio estava proposto. Pensei: isso é a vida real. E ela era a minha. Tinha tudo a ver com autoestima e cuidar mais de mim. Estava ligado ao que eu estava vivendo", contou o que sentiu ao receber o convite feito por uma rede social.

Quem conhece Juliana sabe o quanto é bem-humorada e, mesmo diante de uma doença tão grave quanto o câncer, ela não deixou de sorrir. "Os 15 minutos de quando recebi o resultado da biópsia, dirigindo, até chegar em casa, e com meu filho a tiracolo dizendo que ao chegar em casa eu deitava e melhorava, foram os piores que já vivi. Eu só sabia que tinha que ser forte. Por minha família e por mim. O câncer era inicial (obrigada, mamografia). Mas, para tudo o que eu iria passar, eu precisava organizar a minha mente, as minhas emoções e a minha casa, sobretudo os meus filhos", lembra.

Falar abertamente sobre o assunto é sempre bom para a criança, pois traz segurança. "Meu filho tem me surpreendido com uma resiliência e uma maturidade tremenda para sua idade. Sem traumas. O câncer merece ser enfrentado de frente e com leveza". Ao encarar as lentes de Deborah, não foi diferente. Nos cliques, a gente vê cumplicidade, sorrisos e segurança. Juliana decidiu viver desta forma. Uma inspiração para quem está enfrentando qualquer problema. Afinal, o tamanho vai depender do valor que damos a ele.

Foto: Deborah Ghelman - Foto: Deborah Ghelman
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