Marcelo Silveira enche Belo Jardim com arte

ROMERO RAFAEL
ROMERO RAFAEL
Publicado em 29/04/2017 às 8:00
O artista Marcelo Silveira junto com alunos da rede pública de ensino de Belo Jardim - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação
O artista Marcelo Silveira junto com alunos da rede pública de ensino de Belo Jardim - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

O artista Marcelo Silveira enche de arte a cidade de Belo Jardim, no Agreste pernambucano. Desde a metade de março ele faz residência artística por lá: mora e cria intervenções junto com a população. Primeiro, na calada da madrugada, colocou esferas de madeira numa praça da cidade... Cada dia depois, os objetos estranhos à ordem daquele lugar apareciam noutro canto. A instalação, chamada Entre a surpresa e o que se espera, rendeu memes e memes nas redes sociais dos belo-jardinenses.

Uma das esferas espalhadas pela cidade - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Uma das esferas espalhadas pela cidade - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Crianças interagindo com as esferas - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

No EREM da cidade, outra instalação, Cabeludas, desce do teto longos pelos retirados de crinas de cavalo. A diretora da escola comentou com o Social1 que os alunos vivem interagindo com a obra.

Alunas interagem com a instalação "Cabeludas", posta no EREM Belo Jardim - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Alunas interagem com a instalação "Cabeludas", posta no EREM Belo Jardim - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

No ateliê em que Marcelo e sua equipe estão baseados, na antiga fábrica da Mariola, há uma obra dele, Tudo certo, exposta na última Bienal de SP, e uma mesa com parte da sua biblioteca. Livros de Andy Warhol, Jorge Luís Borges e Manoel de Barros, entre outros, são devorados, inclusive, por crianças de 10 anos. Imagine...

Alunos da rede pública em torno da obra "Tudo certo" - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Alunos da rede pública em torno da obra "Tudo certo" - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

Aproximação dos alunos com os livros - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Aproximação das crianças com os livros - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

Já no centro de Belo Jardim, a loja Só de Bonito não vende nada, só exibe objetos de vidro já quebrados - daí o nome. Olhando para as prateleiras vazias e os cacos dá pra pensar em consumo, no que é arte, em beleza...

Fachada da "loja" Só de bonito" - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Fachada da "loja" Só de bonito", com performance de artistas belo-jardinenses - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

População curiosa - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Interior da "loja" - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

O cineasta Claudio Assis esteve por lá - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação O cineasta Claudio Assis esteve por lá - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

O fio do projeto é a provocação – “E a dúvida! Num mundo que só quer certezas”, completa Marcelo Silveira, que ainda promove encontros com grupos da cidade em jantares. O que se quer é que a população vivencie arte, tenha contato com a criação artística e reflita, reflita... Trata-se de “um patrimônio imaterial”, cita Cristiana Tejo, uma das curadoras, ao lado de Kiki Mazzucchelli.

Foto: Bernardo Teshima/Divulgação Registro de um dos jantares com convidados belo-jardinenses - Foto: Bernardo Teshima/Divulgação

A residência, que dura até 19 de maio e é realizada pelo Instituto Conceição Moura, braço social do Grupo Moura, ainda vai montar o circo Deus queira que não chova na comunidade quilombola do Barro Branco.

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