São Paulo - A beleza das modelos que desfilaram para a marca de Alexandre Herchcovith, À la Garçonne, nesta quinta (16), era orgânica, feita com produtos sem componentes químicos da marca floripana Simple Organic, que se lançou no mercado de beleza no evento de moda. Foi a primeira vez, aliás, em que entrou no camarim do São Paulo Fashion Week uma maquiagem com o selo de orgânica. Não há na sua composição, por exemplo, o parabeno, conservante associado a câncer de mama. Ao invés dele, vitamina E. Para dar consistência, cera de carnaúba.
Pigmento rosa da marca - Foto: Divulgação
À frente da Simple Organic está Patrícia Lima, que há 15 anos trabalha com moda: já teve agência de publicidade especializada na área e é editora de uma revista autoral, Catarina. Ao tornar-se mãe, repensou a própria vida: o ritmo de trabalho workaholic, os valores, o mundo a que a filha chegou. Partiu, então, em pesquisa sobre o mercado de beleza orgânica: "É um caminho sem volta".
Conta que é, sim, mais difícil de produzir e obter certificação. "Pra chegar a um rímel bom sem petróleo nem silicone, você se bate", diz ela, que não quer disputar espaço dentro do nicho de beleza natural, e sim no mercado de beleza - "O consumidor é quem vai escolher se quer o químico ou o natural". O certificado, no caso o Ecocert, ela conseguiu na França, porque não há na legislação brasileira certificação para produtos orgânicos na área de cosméticos.
Foto: Divulgação
O tíquete médio dos produtos fica entre R$ 75 e R$ 80; os mais caros custam R$ 125, R$ 130. "Preferi não optar por uma lucratividade nivelada por cima, porque as pessoas têm de testar. Um dos valores que eu tenho é a democratização da informação, e tem de tirar essa fama de que produto orgânico é caro". Há duas linhas: a de maquiagem, com batom, BB Cream, corretivo, iluminador, pó-translúcido, rímel e delineador, e outra corporal, com cremes, manteigas, máscaras e hidratantes faciais. Estão em pré-venda no e-commerce da marca.
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*Repórter viajou a convite do SPFW
