Mercado: os novos ídolos locais da garotada

Mirella Martins
Mirella Martins
Publicado em 12/10/2016 às 7:01
A galera do Mundo Bita
A galera do Mundo Bita

Eduardinho Sena

Especial para o Social1

Não, Belchior, nossos ídolos já não são os mesmos. E se formos falar nos das crianças, então, percebe-se que a formação desses cânones infantis já não se dá exclusivamente pela televisão, a exemplo de Xuxa e os heróis dos desenhos animados. Eles estão por perto e participam do universo da garotada de maneira mais corriqueira. Tio Bruninho é um desses “neomitos geracionais”. Músico por formação, teve como primeiro emprego ensinar a arte para crianças de 1,6 a 6 anos. Desafio que deu certo. Percebendo que o material para essa faixa etária era “elevado”, começou ele mesmo a compor e a cantar na escola. “Tio, você precisa gravar um CD pra gente ouvir em casa. Eles vivem cantando”, diziam as mães dos alunos. O primeiro, experimental, teve 9 mil cópias vendidas.

Tio Bruninho começou na escola Tio Bruninho começou na escola

Após cinco anos de trabalho, os números são superlativos: 48 músicas próprias, 4 DVD´s, 2 CD´s lançados e uma média 15 shows mensais com cachês que flutuam entre R$ 2,8 e R$ 14 mil, dependendo da grandiosidade da apresentação - a formação varia de 6 a 16 componentes em cima do palco. “As canções partem da observação das possibilidades do dia a dia da criança. Eles precisam que a música interaja com eles, estimule, dê ordens”, explica Tio Bruninho, que fatura mensalmente uma média de R$ 70 mil. A trupe do Mundo Bita, livrinho digital que se tornou aplicativo educacional e, em seguida, desenho animado de sucesso que subsidia shows e montagens de teatro, é outro case.

A galera do Mundo Bita A galera do Mundo Bita

 

“O Bita é um amigo que liga à criança um mundo de criatividade e imaginação, transmitindo conceitos como o amor entre as pessoas, o respeito à natureza, a importância da curiosidade e das descobertas, a inclusão e a vida com saúde”, resume Chaps Melo, cantor e compositor da turma. Com contrato com o Discovery Kids e números milionários de exibições no Youtube, outra fonte de renda da Mr. Plot, empresa detentora do desenho, está no licenciamento de produtos e de shows para empresas produtoras – são cerca de seis por final de semana. “Este ano está sendo o do respiro. Estamos conseguindo faturar mais do que investir e é uma grande vitória. De um faturamento de R$ 500 mil, em 2015, vamos superar R$ 1 mi em 2016. Nossos custos são muito altos, esperamos recuperar todo o investimento em 2018”, finaliza.

Carol Levy fez sucesso com leitura Carol Levy fez sucesso com leitura

 

Com atuação na contação de histórias como espetáculo de entretenimento, a publicitária Carol Levy é outro nome de peso no meio. Para ela, um dos segredos do sucesso é estar “completamente inteira” durante o seu ofício. “Trabalho com histórias que entretém e educam, fazem crescer, refletir. Isso traz paz ao coração. Se não houvesse uma dedicação intensa nesse momento, elas [as crianças] certamente perceberiam e não permitiriam que eu brincasse com elas”, anota. Para a artista, no ramo há seis anos, tudo é a realização de um grande sonho. “Arrumei uma forma de reunir tudo o que gosto de fazer num único show: canto, danço, conto histórias, interpreto personagens, faço vozes caricatas”, enumera. Mercadologicamente, Levy se divide entre os shows (média de quatro por mês, com um volume maior nos meses de férias e das Crianças), mas sobretudo na produção de conteúdo audiovisual para TV e Internet.

 

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